O operário Adriano Pereira Xavier da Silva, 29 anos, morreu segunda-feira durante acidente na obra dos prédios de apartamentos Residencial Jardins de Assunção, na rua 24 de fevereiro, bairro Casa Branca, em Santo André. Essa é a terceira morte de trabalhador no canteiro da obra, que teve início em meados de 2005.

Um cabo de aço pendurado em uma grua se rompeu e um guincho de aproximadamente 100 quilos caiu na cabeça de Silva, que trabalhava como sinaleiro (responsável por orientar a movimentação da grua). O operário estava no 11º andar e o guincho estava a aproximadamente 10m de sua cabeça. O operário teve parte do cérebro arrancado e morreu na hora.

Em outubro do ano passado, morreram soterrados dois trabalhadores. A Defesa Civil do município chegou a interditar o local por dois dias. Alguns vizinhos e trabalhadores já apelidaram a construção de “obra maldita”.

O acidente de segunda-feira ocorreu às 15h, em um dos três prédios da obra, após a grua transportar um pilar de ferro. Na volta do movimento pendular, o cabo se rompeu. “Estava no outro prédio e vi tudo. Ainda gritei para tentar alertar meu colega, mas não deu tempo. Foi tudo muito rápido”, afirmou o carpinteiro João Batista, 30 anos.

O caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção) no 1º DP de Santo André. O delegado plantonista Wagner Bordon Tavares não quis fornecer mais detalhes do que apurou. Laudo do IC (Instituto de Criminalística), que deve ficar pronto em 30 dias, vai apontar as causas do acidente.

“A grua e o cabo estavam de acordo com todas as especificidades técnicas e fica difícil dizer agora como o acidente ocorreu. O sinaleiro cometeu um erro básico, que é ficar embaixo do guincho”, afirmou o engenheiro Fernando Senler, da empresa Enecontec, responsável pela grua.

A reportagem não conseguiu localizar representantes da empresa que cuida da manutenção da grua, a BSF Montagem, sediada no interior do Estado.