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Investimento precoce ajuda a garantir estudo dos filhos

Especialistas em finanças orientam pais a aplicarem parte da renda em plano de previdência privada ou caderneta de poupança

Por Thaís Restom
Do Portal Previdência Total
29/06/2015 | 07:00
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Garantir uma boa faculdade para os filhos no futuro é uma missão difícil, mas não impossível. Começar a guardar dinheiro e aplicar recursos em fundo de investimento, plano de previdência privada ou na caderneta de poupança, por exemplo, podem ajudar os pais a custearem uma instituição particular de ensino para quando a criança completar 18 anos.

Segundo especialistas em planejamento financeiro, poupar é essencial para os pais que desejam começar qualquer tipo de investimento visando a educação dos filhos. Evitar a acumulação de dívidas é outra exigência para o sucesso em uma aplicação financeira de longo prazo.

O coordenador do curso de Administração da Universidade Mackenzie de Campinas, Luiz Carlos Lemos Júnior, afirma que o mercado tem um leque enorme de opções de investimentos e a melhor escolha vai depender do tipo de perfil dos investidores, que costumam ser classificados em três perfis: arrojado, moderado e conservador.

A diferença entre eles é basicamente o tipo de risco que cada um está disposto a enfrentar. No caso do arrojado, os investimentos costumam ser de alto risco, sem liquidez imediata. O moderado busca uma aplicação de baixo a médio risco, já o conservador procura uma aplicação de baixíssimo risco. Para Rafael Silva Ferreira, mestre em Economia pela FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) e planejador financeiro, a disciplina é a maior aliada. “E para qualquer tipo de perfil, paciência e perseverança são essenciais, além de muita pesquisa sobre instituições consolidadas no mercado que possam garantir tranquilidade no momento de gerir os recursos aplicados”, orienta.

MENSALIDADE

De acordo com um levantamento da consultoria Hoper Educação, feito com mais de 2.000 faculdades no Brasil, o valor médio da mensalidade cobrada por instituições privadas de Ensino Superior no País, em 2014, é de R$ 645. No entanto, há cursos que podem custar três e até quatro vezes mais do que isso.

Cláudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú, recomenda que os pais se preparem também para custear, além da mensalidade, livros, materiais, transporte e, eventualmente, moradia. “Embora esse valor possa variar de acordo com a região do País, eles precisam estar preparados para garantir pelo menos R$ 1.800 mensais durante o período universitário do filho”, alerta.

O executivo calcula que é possível acumular um investimento de mais de R$ 1.500 mensais por até cinco anos, se os pais começarem hoje um investimento em um plano de previdência privada de R$ 352 por mês. “Isso considerando que esse custo subirá pela inflação e que a taxa de juros real (descontada a inflação) seja de 3% ao ano”, afirma.

Caso os pais não tenham condições de começar um investimento financeiro para pagar uma faculdade particular para o filho, existe ainda a opção de bancar um curso preparatório com foco nos vestibulares das universidades públicas. O Cursinho da Poli, por exemplo, é acessível aos alunos e famílias carentes, de baixa renda e em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Nosso público tem 90% de alunos vindos da escola pública e nosso objetivo é justamente permitir que essas pessoas tenham condições de disputar uma vaga em uma universidade pública”, conta o diretor da instituição Gilberto Alvarez.


PREVIDÊNCIA PRIVADA

Foi-se o tempo em que a previdência privada era um tipo de investimento exclusivamente para a aposentadoria. Ultimamente os planos também estão sendo procurados para custear outros projetos de longo prazo, como o pagamento dos estudos dos filhos e netos.

Segundo Christiano Ehlers, superintendente executivo de investimentos do Santander, a rentabilidade dos planos de previdência irá depender do fundo no qual os recursos serão aplicados. “Existem diversas opções de planos. O importante é começar o quanto antes, porque, quanto maior o prazo, menor será o valor da aplicação mensal”, diz.

De acordo com Sanches, do Itaú, os produtos de previdência privada PGBL e VGBL têm rentabilidades idênticas, portanto, apresentarão o mesmo saldo no futuro, desde que investidos os mesmos valores. “O interessante é que o investidor pode mudar seus recursos para produtos com taxas menores à medida que vai acumulando valores, sem a necessidade de resgates, pois a previdência permite a portabilidade entre os planos”, explica.

Aplicações como os fundos referenciados DI são vantajosas

Os fundos de investimentos e a caderneta de poupança também são opções que podem ser procuradas pelos pais para acumular recursos com o objetivo de pagar a faculdade dos filhos no futuro. A poupança é considerada uma aplicação bastante conservadora, já a melhor escolha dos fundos vai depender, novamente, do tipo de perfil de risco do investidor.

Para o executivo de investimentos do Santander Christiano Ehlers, a poupança, assim como outros investimentos conservadores e líquidos (fundos DI), tem um papel muito importante na gestão financeira de qualquer investidor. “Essas aplicações são a reserva para imprevistos e outros projetos, como a educação dos filhos. Sugiro guardar três meses de renda mensal líquida, ou seja, se o pai ganha R$ 2.000 por mês, deve ter R$ 6.000 aplicados em investimento de baixo risco e facilmente resgatável”, recomenda.

Segundo o planejador financeiro Rafael Silva Ferreira, a rentabilidade obtida com os fundos referenciados DI é maior que a alcançada na caderneta atualmente. “A poupança tem dinâmica de acumulação mais simples, já que não tem desconto do Imposto de Renda. Entretanto, é o instrumento com pior rentabilidade na atual conjuntura”, afirma. “O cuidado ao investir nessa modalidade é procurar por fundos com taxa de administração mais baixa, como 1,2%, que pode ser considerada uma cobrança adequada”, complementa Ferreira. 




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