A Promotoria de Justiça de São Bernardo instaurou inquérito para investigar o uso de servidores comissionados do governo Luiz Marinho (PT), em horário de expediente, para pedir votos à presidente Dilma Rousseff (PT) e aos candidatos a deputado indicados pelo prefeito na eleição de 2014.

Taciana Trevisoli Panagio Gil, promotora que determinou a abertura da apuração, acolheu denúncia do vereador de oposição Julinho Fuzari (PPS), que, em sua petição, anexou reportagens do Diário que mostravam vários funcionários apadrinhados de Marinho deixando postos de trabalho para engrossar campanhas eleitorais. O próprio prefeito foi flagrado diversas vezes em atividades eleitorais, durante expediente.

Como primeira etapa da investigação, o Ministério Público solicitou à Prefeitura de São Bernardo planilha com nomes e cargos dos comissionados do Paço entre 2014 e 2015, além de defesa das acusações sofridas. Há também menções específicas às secretárias de Educação, Cleuza Repulho (PT), e de Planejamento e Orçamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT).

A abertura de inquérito indica que o MP já avisou princípio de irregularidades e que vai aprofundar as investigações. Caso confirme as ilegalidades, pode propor ação civil pública à Justiça, enquadrando o prefeito em crime de improbidade administrativa, resultando até em inelegibilidade.

“Houve claro uso da máquina pública (em favor de Dilma) em São Bernardo. É prática constante do PT”, avaliou Julinho, autor da denúncia na Promotoria. O popular-socialista avisou que vai anexar ao inquérito civil aberto reportagem do Diário e imagens da sessão em que Cleuza Repulho foi à Câmara para prestar esclarecimentos sobre o corte na merenda escolar. À ocasião, o plenário do Legislativo ficou lotado de servidores comissionados, que abandonaram o trabalho para aplaudir Cleuza e vaiar a oposição.