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Creche Naval está sem prazo de entrega

Em obras desde agosto de 2012, unidade de R$ 2,6 mi está atrasada em um ano e sete meses; moradores de Diadema reclamam da demora

Caio dos Reis
Especial para o Diário
09/03/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Prometida para agosto de 2013, a Creche Naval, localizada na Vila São José, continua sem data de entrega. A obra orçada em R$ 2,6 milhões teve início em agosto de 2012, ainda na gestão de Mário Reali (PT), e era para ter sido concluída 12 meses depois, em agosto de 2013. Passados dois anos de governo de Lauro Michels (PV), a unidade é erguida a passos lentos e está atrasada em ao menos um ano e sete meses.

Pelo projeto inicial, o prédio abrirá 180 vagas, terá dois andares, com seis salas e dez berçários. O local também contará com um Cras (Centro de Referência da Assistência Social). A estrutura servirá para aliviar a fila de espera por espaço em creches na favela Naval, na Vila São José e na comunidade da Nova Conquista.

A equipe do Diário esteve no canteiro de obras na sexta-feira e constatou que funcionários da empreiteira Porto Construções e Projetos Ltda estão, em número reduzido, trabalhando no local. A estrutura está de pé, com seus dois andares previstos, mas ainda há muito a ser feito. Pintura, colocação de janelas e portas e acabamento são apenas alguns serviços que ainda têm de ser executados.

A placa indicativa da creche foi apagada para maquiar o atraso na construção. Data do início da obra foi escondida, assim como valor total do projeto, firmado em parceria entre governo federal e Prefeitura de Diadema.

A construção ficou paralisada por um ano e meio, segundo moradores do bairro. As obras foram retomadas, de maneira morosa, somente em janeiro. Atualmente, as crianças moradoras da localidade estão sendo colocadas em creches de comunidades vizinhas. “É complicado porque os pais precisam levar as crianças para outros bairros. Se essa creche tivesse sido entregue, já não teríamos esse problema”, disse o motorista de van escolar Edinaldo, 39, que não quis dar o nome completo. O operador de máquinas José Valmir, 49, falou sobre os transtornos que a obra tem causado. “Depois de tanto tempo parado, é engraçado as obras voltarem em um período como esse, próximo de um ano de eleição.”

Valmir também relatou que alguns trabalhadores dormem no local para evitar danos às obras e roubos. “Alguns pedreiros estão até dormindo aqui porque antigamente dava muito problema com roubo de cimento e outros materiais.”

Por meio de nota, o governo Lauro culpou o governo federal e a Caixa Econômica Federal pelo atraso, dizendo que repasses não foram efetuados no cronograma vigente. Entretanto, admitiu a ausência de alguns documentos exigidos pela União para efetivação da transferência do dinheiro à cidade.

De acordo com a Prefeitura, no dia 27 de fevereiro a gestão estadual recebeu do governo do Estado termo de permissão de uso do imóvel, dado solicitado anteriormente para a Caixa. O papel foi endereçado na semana passada para Brasília.

O governo Lauro informou também que vai aguardar sinal verde da Caixa com relação ao documento recém-obtido e que, a partir desse aval, a construção levará mais seis meses para ser finalizada. Segundo o Executivo, 75% das obras foram concluídas.




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