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ABC capta mais crédito imobiliário
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
21/12/2005 | 08:34
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O volume de recursos destinados ao financiamento habitacional no Grande ABC pela Caixa Econômica Federal superou o orçamento destinado pela instituição para a região em 2005. Desde o início deste ano, até a primeira quinzena de dezembro, a instituição emprestou R$ 220 milhões na região – 10% além do previsto, já que o montante reservado era de R$ 200 milhões.

Com isso, o balanço dos financiamentos imobiliários neste ano foi bastante positivo. Sem considerar o que será concedido nas últimas semanas deste mês, a verba destinada para o Grande ABC já é quase 70% superior à do ano passado, quando o volume emprestado foi de R$ 130 milhões.

A um ritmo menor que o do Grande ABC, o crédito habitacional no Brasil também cresceu. Passou de R$ 5,8 bilhões em 2004 para R$ 8 bilhões até a segunda quinzena de dezembro – aumento de quase 38%. O volume, porém, está distante do previsto pela Caixa para o país, que é R$ 10 bilhões. O que restar deste ano não será perdido, de acordo com a instituição. O resíduo poderá ser emprestado no ano que vem e se somará ao orçamento de 2006, de R$ 10 bilhões, dos quais R$ 250 milhões serão destinados ao Grande ABC.

De acordo com o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda, o resultado em todo o país foi o melhor dos últimos anos. “O ano ainda não acabou, só termina em 31 de dezembro. Apesar disso, o resultado já é muito bom. Tivemos em 2005 um grande avanço na aplicação de recursos em política habitacional.”

Para o gerente de mercado do Grande ABC, Marcelo Damião, a demanda neste ano foi grande porque em 2004 a liberação das verbas pela União demorou muito. “Neste ano, os recursos chegaram nos primeiros meses. Além disso, criamos recentemente uma estrutura voltada para atender ao setor da construção civil, o que está surtindo efeito.”

Na avaliação de Damião, o resultado é também reflexo da política habitacional do governo. “Houve maior liberação de recursos neste ano e, portanto, a demanda reprimida está sendo atendida.”

Para conseguir emprestar mais que o orçamento neste ano, a regional do Grande ABC precisou solicitar mais recursos. “A política é voltada para atender a todos. Se alguma localidade não consegue suprir a demanda, pode solicitar mais verba. Foi o que fizemos”, explicou a gerente regional da Caixa no Grande ABC, Marjori Oliveira.

Contraponto – Embora tenha ocorrido maior liberação de verbas, o setor da construção civil não considera positiva a aplicação dos recursos. Para a diretora regional do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) no Grande ABC, Rosana Carnevalli, é necessário direcionar a verba para as contrutoras. Segundo ela, o dinheiro está chegando com facilidade ao consumidor final, mas para financiar imóveis já prontos.

“A situação melhorou, já que o crédito era a principal dificuldade do setor imobiliário. Mas, para que a construção civil faça a roda da economia girar, é preciso que a verba financie obras em planta e não imóveis prontos”, avaliou Rosana.




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