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Exportações da região saem do 'fundo do poço'

As vendas externas têm mostrado sinais de melhora, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/04/2009 | 07:00
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Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que, depois do forte tombo no fim do ano passado, que refletiu os efeitos da crise financeira internacional, as vendas externas em fevereiro deste ano voltaram a subir (13%) frente a janeiro e, em março, tiveram crescimento de 23,8% na comparação com o mês anterior.

A queda brusca a partir de novembro reflete, de acordo com especialistas, uma situação de "quase pânico" observada em mercados internacionais, em que empresas compradoras suspenderam as aquisições e preferiram esgotar os estoques.

"Esse processo ficou evidente na China, onde a compra de ferro foi paralisada por alguns meses", acredita o professor de economia da Unicamp (Universidade de Campinas) e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Gomes de Almeida.

O economista explica que, passado esse período, clientes de fabricantes brasileiros no Exterior estão recompondo as compras. "A queda das exportações foi exagerada", avalia.

O coordenador do curso de Ciências Econômicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Funcia, acrescenta que a melhora nas vendas externas e também nas importações - que também reagiram - mostra a situação mais equilibrada tanto no País quanto lá fora.

O diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti, avalia ainda que as companhias exportadoras têm buscado alternativas e novos nichos de mercado. Isso explicaria o fato de encomendas para destinos tradicionais se manterem com resultados em queda no trimestre frente a igual período de 2008, e ao mesmo tempo, haver ampliação no comércio com países como Jordânia e República Dominicana.

Almeida acrescenta que esse movimento de reação nas vendas é mais perceptível em segmentos como bens intermediários (como ferro e resinas plásticas) e bens de consumo (como automóveis). Itens (máquinas e equipamentos) relacionados a investimentos se mantêm em forte baixa. Isso ocorre, segundo ele, porque o empresariado se mostra cauteloso em investir.

 




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