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Brunão interditado por
tempo indeterminado

Mais uma prova de descaso: Prefeitura de Santo André fecha
oficialmente estádio para reforma e não há prazo para liberá-lo

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
22/11/2011 | 07:00
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Após demolir a marquise, paralisar a obra e abandonar entulho na arquibancada, a Prefeitura de Santo André deu outra prova do descaso com que trata o Bruno Daniel. Sem justificativa, publicou comunicado no órgão oficial de imprensa do município interditando o estádio por tempo indeterminado. A atitude compromete a estreia do Santo André ao lado de seus torcedores no Campeonato Paulista da Série A-2, prevista para o fim de janeiro.

A irresponsabilidade da administração municipal na condução da reforma do estádio extrapolou os limites. Por conta das pedras, ferros e outros materiais que foram abandonados na arquibancada com a obra inacabada, o Ministério Público interditou o local no início do mês por entender que o Bruno Daniel não oferece segurança. Para piorar, a reforma que começou em maio era para ter terminado em julho e agora não tem prazo para acabar.

Temendo não ter estádio para estrear em janeiro, o presidente da Santo André Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, pediu reunião com o prefeito Aidan Ravin (PTB) para tentar solucionar o problema. "Quero conversar, porque do jeito que está não dá mais. Ele (Aidan) não pôde me atender ontem, mas espero que consiga falar com ele até o fim da semana", ressaltou o dirigente.

Mesmo na iminência de perder o Bruno Daniel, Ronan garante não ter plano B. "Nossos vizinhos São Bernardo e São Caetano estarão em atividade. Não temos outro estádio para jogar. Não adianta nada montra time competitivo se não pudermos atuar no estádio da cidade, ao lado dos nossos torcedores", lamentou.

O descaso da Prefeitura com o Brunão não é de hoje. Em campanha eleitoral, Aidan Ravin já prometia reformar o estádio. Assim que assumiu o Paço, em 2009, por várias vezes garantiu que realizaria obras no local, mas até agora, o máximo que fez foi derrubar a marquise.

Antes, a justificativa era que não tinha dinheiro. Entretanto, em setembro, a própria Prefeitura lançou edital liberando mais de R$ 4 milhões para reforma em prédios públicos. Agora, com cheio, Aidan declarou que está pensando se continuará a obra ou se aceitará proposta feita por grupo de empresários espanhóis que estariam interessados em reformar o estádio.

A nova promessa do chefe do Executivo é mostrar o projeto espanhol "nos próximos dias". Enquanto isso, aos 42 anos, o Brunão continua agonizando, e agora, interditado.

Prefeitura se omite e empurra reforma do Brunão com a barriga

A Prefeitura de Santo André responde com discurso pronto os questionamentos sobre a sequência da reforma no Estádio Bruno Daniel. Omissos, tanto o prefeito Aidan Ravin (PTB) como o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Salvo Melo, se escondem atrás de assessores e, por e-mail, insistem em dizer que a interdição do estádio já estava prevista por conta das obras de melhorias que, teoricamente, estariam sendo realizadas.

A cúpula, porém, se esquiva quando questionada sobre prazos para a continuidade da reforma e, principalmente, quando o problema que se arrasta há pelo menos quatro meses será solucionado de forma definitiva.

O cenário do Bruno Daniel é exatamente o mesmo de meses atrás: de abandono. Funcionários do estádio que não quiseram se identificar garantem que há várias semanas não aparece ninguém da Prefeitura para trabalhar no estádio. No máximo um funcionário, esporadicamente, junta o entulho por alguns minutos e depois some.

Por enquanto, a interdição do estádio para eventos esportivos não interfere nos treinamentos do Santo André, que estão sendo realizados no gramado do Bruno Daniel visando à disputa da Série A-2 do Campeonato Paulista. "Pelo que nos passaram, poderemos continuar treinando normalmente no local. A interdição, pelo que consta, é para eventos, ou seja, com presença de público", confirmou o diretor de futebol do Ramalhão, Luiz Antonio Ruas Capella.

O gramado, aliás, é outro setor do campo que precisará ser reformado, pois também foi abandonado. Desde o ano passado, quando a Prefeitura rompeu com empresa especializada em campos de futebol, a manutenção tem sido feita pelos funcionários do estádio, obviamente sem o mesmo conhecimento dos profissionais. A consequência são vários buracos e gramado totalmente irregular.




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