Márcio Bernardes Titulo
Avesso do avesso

Fenômenos interessantes têm acontecido no futebol brasileiro

Especial para o Diário
25/07/2008 | 00:00
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Fenômenos interessantes têm acontecido no futebol brasileiro. Começam com a exportação dos craques, que passam a viver uma outra realidade na Europa e em outros continentes. Eles ganham muito dinheiro e se distanciam da torcida daqui e de nossa cultura.

Outra coisa é a seleção. Raramente tem jogado em nosso País. Não precisa fazer força para constatar que nos últimos dois anos o time de Dunga jogou 24 vezes e só três no Brasil.

Para se discutir essas coisas abre-se um leque imenso de opiniões e posições: a fraqueza da nossa moeda, o calendário sempre polêmico, a falta de estrutura da maioria dos clubes, o amadorismo dos dirigentes e tantas outras coisas.

De uns tempos para cá o que se vê é o desinteresse de vários jogadores em vestir a camisa amarela. Na Copa América do ano passado Kaká e Ronaldinho Gaúcho preferiram descansar e curtir férias a jogar pelo Brasil na Venezuela. Agora a Roma disse não por Juan, o Bayern também negou a liberação de Lúcio e recentemente o Real Madrid vetou Robinho para a seleção olímpica.

O Milan já havia dito não por Kaká e outros clubes entram em conflito com a CBF. Conseqüentemente com a torcida brasileira. Mas é hora de se perguntar: o que esses jogadores estão fazendo para convencer suas equipes que é importante jogar uma competição internacional e defender a Seleção Brasileira?

Está muito claro que quando dão alguma declaração favorável a sua ida para a seleção, vários jogadores estão sendo demagogos e nada sinceros. Querem ficar de bem com seus clubes e com os esportistas brasileiros.

Casos raros se constatam com o garoto Rafinha, lateral-direito que não obedeceu o Schalke e foi para Paris se apresentar ao técnico Dunga. A mesma coisa com Diego, que enfrentou a prepotência do Werder Bremen. Com isso podem sofrer sanções de suas equipes. Mas eles acham muito mais importante defender a seleção.

Parece que aí está o cerne da questão. Claro que muitos craques, milionários e bem-sucedidos na Europa, perderam o interesse de defender a equipe. Às vezes pela própria desmotivação, em outras para não participar mais de jogos caça-níqueis que não valem nada e apenas a CBF sai ganhando.

Lembro-me bem o clima e a expectativa que se criava antigamente nas vésperas de uma convocação da Seleção Brasileira. Jogadores e seus familiares vibravam com a lembrança do técnico. Alguns preteridos chegavam a chorar. Hoje não se vê mais isso.

Do jeito que a coisa anda parece que é o começo do fim.

COISA DE LOUCO
Pela primeira vez na história uma final da Liga Mundial de Vôlei é jogada às 10h. Adivinhe por quê? Quem respondeu influência da Rede Globo acertou na mosca. s

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário.
Site: www.marciobernardes.com.br




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