Claúdio Conz Titulo
Os estrangeiros e o mercado imobiliário

Com a expansão da nossa economia, pessoas dos mais diversos países estão buscando aqui novas oportunidades de negócios no mercado imobiliário

Por Cláudio Conz
07/07/2011 | 00:00
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Esta semana, estava lendo as notícias do dia num grande portal da internet e me chamou atenção uma matéria em relação ao aumento dos investimentos estrangeiros em imóveis no Brasil. Com a expansão da nossa economia, pessoas dos mais diversos países do mundo estão buscando aqui novas oportunidades de negócios no mercado imobiliário, que está cada dia mais valorizado.

O volume de negociações nas imobiliárias disparou. De acordo com dados que andei observando, grandes imobiliárias brasileiras tiveram seu faturamento de negócios com os estrangeiros dobrado no ano passado, fato que deve se repetir em 2011. Na Sotheby's International Realty, braço imobiliário da casa de leilões inglesa, por exemplo, as vendas devem quadruplicar até o fim do ano, chegando a R$ 400 milhões aqui no Brasil. Segundo a imobiliária, que é especializada em imóveis de luxo, o Brasil é hoje o terceiro país mais consultado em seu site de vendas, atrás apenas de Estados Unidos e Inglaterra.

Os imóveis em nosso país se valorizaram muito nos últimos anos, especialmente nas grandes capitais. Isso aconteceu desde o início da queda das taxas de juros, em 2003, quando o volume de crédito aumentou e a procura cresceu. Segundo o índice FIPE Zap, produzido em parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e a Zap Imóveis, nos últimos 12 meses, os imóveis na cidade de São Paulo tiveram uma valorização de 27% em média. Nos últimos 3 anos, o preço médio dos imóveis na capital paulista teve um aumento de 85,5%.

PERFIL DOS INVESTIDORES

Mas, afinal, quem são estes estrangeiros que compram imóveis aqui? De acordo com os corretores, o perfil é bastante variado. Há residentes no exterior que passam poucos meses aqui e que alugam suas casas para ganhar dinheiro; há muitos executivos que vêm para o Brasil a trabalho; e há também pessoas interessadas em multiplicar seu capital com a rentabilidade do aluguel ou com a revenda das propriedades.

Os valores médios dos negócios variam entre 1 e 4 milhões de reais e os investidores geralmente procuram bairros charmosos e nobres. A taxa de retorno para quem investe aqui é bastante positiva, com uma média de 12% ao ano, o dobro da Alemanha. E nosso preço ainda é baixo, se comparado a outros países do mundo. Tudo isso colabora para incentivar os estrangeiros.

NOVA POSTURA DAS IMOBILIÁRIAS

Com esta mudança de paradigma e o crescente aumento da procura dos estrangeiros, a tendência é de que as imobiliárias criem setores específicos para atender estas pessoas. O volume de chineses querendo investir aqui é bastante grande e, com isso, corretores que falem mandarim estão super valorizados no mercado. Falar inglês e espanhol é básico para estes profissionais. Muitas delas já estão criando até mesmo serviços de assessoramento jurídico e financeiro especialmente voltados para estes investidores.

E O BRASILEIRO?

Neste cenário, o brasileiro também vê o imóvel como um importante investimento. Para ele, trata-se de uma boa opção de reserva de uma aposta na valorização deste bem e um valor para o longo prazo. Ele também pensa no recebimento de aluguéis como uma forma conservadora e segura de consolidar seu patrimônio.

O investidor brasileiro pensa na valorização que terá em alguns anos, o que é uma forma de ganhar dinheiro para o futuro. O imóvel é algo palpável, que o brasileiro sente poder confiar, por isso, para ele, é culturalmente um investimento interessante. O primeiro imóvel ele compra geralmente por necessidade; o terceiro, geralmente é um investimento. No entanto, depois desta super valorização que tivemos, acredito que o investidor deva ser cauteloso, seja ele brasileiro ou estrangeiro.

Para nós, representantes do varejo da construção, um mercado imobiliário aquecido é muito interessante. Brasileiro ou estrangeiro, as pessoas quando mudam de casa sempre reformam; se o imóvel é novo, material de construção já está lá. Movimentando a cadeia produtiva da construção, certamente venderemos mais e poderemos gerar lucros e riqueza para o País.




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