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Lula diz que reforma agrária não será feita 'no grito'
Do Diário OnLine
02/04/2004 | 14:57
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a reforma agrária “não será feita no grito, mas dentro da lei” e garantiu que vai cumprir a meta de assentar 400 mil famílias de trabalhadores rurais até o fim de seu governo.

"Neste país, a reforma agrária vai ser feita por uma questão de justiça social e uma necessidade de repartir um pouco melhor o território produtivo, para que nossa gente tenha oportunidade de trabalhar", afirmou. "A reforma agrária não vai ser feita no grito: nem no grito dos trabalhadores, nem dos que são contra ela".

Logo após a inauguração da Usina Termelétrica de Três Lagoas, Lula ainda anunciou a desapropriação das fazendas Macacos, no município de Angélica, e Bela Manhã, em Taquaruçu, ambas em Mato Grosso do Sul.

Lula prometeu ainda “mudar de forma radical os assentamentos”. Ele avaliou que, em governos anteriores, "reforma agrária era pegar um monte de pobres trabalhadores e jogar no meio de uma roça, sem dar condições de sobrevivência". Lula observou que o agronegócio e a agricultura familiar não são antagônicos. "Vamos fazer (reforma agrária) do jeitinho que eu acredito que tem que ser feito: desapropriando áreas improdutivas", disse. "Nenhuma terra produtiva será mexida”.

Novas invasões — Cerca de 600 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) invadiram uma fazenda no município gaúcho de Coqueiros do Sul, na madrugada desta sexta-feira. Esta é a primeira invasão do ano na região.

O movimento acampou em uma área afastada da sede da propriedade, de sete mil hectares. Os agricultores vêm de acampamento em Júlio de Castilhos e pedem a desapropriação da fazenda para assentamento de famílias. A Brigada Militar acompanha a movimentação no local.

Na Bahia, cerca de 150 famílias ligadas ao MST invadiram a fazenda Caravelas I, no município de Guaratinga, no extremo sul baiano. A fazenda tem 1,2 mil hectares e estaria sem uso há anos, de acordo com o MST. Os proprietários ainda não reagiram à invasão.

Um dos coordenadores estaduais do MST, Valmir Assunção, disse que outras dez fazendas devem ser invadidas até o dia 17. Além disso, os líderes estão planejando uma superocupação para acomodar três mil famílias.




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