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Região segue abaixo da meta na vacinação contra o sarampo

Ministério da Saúde divulga relatório de casos da doença e alerta para que Estados sem registro de surto intensifiquem imunização

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
27/10/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O Ministério da Saúde divulgou, na quarta-feira, balanço de casos de sarampo no Brasil. Embora na região ainda não haja contaminação pelo vírus, o apelo é para que a população se vacine, já que o Grande ABC não atingiu meta estipulada pela Pasta, de 95% de imunização em cada uma das sete cidades.

A equipe do Diário conversou com profissionais do setor epidemiológico das prefeituras e eles garantem que, devido aos índices baixos de proteção, a região está vulnerável a surtos da doença até o fim do ano.

Diante do cenário, as cidades do Grande ABC têm reforçado a importância da aplicação da dose contra o sarampo e intensificado informação ao público. Além disso, todas as unidades de Saúde estão abastecidas com imunização gratuita.

São Bernardo, até 8 de outubro, atingiu 91,75% da cobertura, ou seja, 36.503 crianças, de 1 a 4 anos, foram imunizadas. Em Mauá, foram vacinados 21.415 pequenos, sendo 93% de cobertura. Diadema registrou 21.524 aplicações, cobrindo 92,34% do público-alvo. Já em Rio Grande da Serra, até o momento, foram aplicadas 2.787 doses. Santo André e São Caetano não retornaram até o fechamento desta edição.

Professora de Alergia e Imunologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Anete Sevciovic Grumach ressalta que, normalmente, as cidades mantêm padrão de cobertura vacinal que garante o controle das doenças. “Há sempre possibilidade de trocas, até porque vivemos uma globalização. Muitas vezes, doenças que no Brasil estão erradicadas existem fora daqui e são importadas.”

A especialista diz que o sarampo tende a reaparecer se a cobertura vacinal for menor em determinados locais, como é o caso da região. “Atualmente, temos várias doenças com a cobertura vacinal aquém do esperado. Se a população não está imunizada, torna-se um ambiente propício ao retorno dos vírus.”

Anete lamenta que a Saúde tenha voltado a se preocupar com doenças que podem ser prevenidas. “Infelizmente, temos casos de vírus que já estavam erradicados e voltaram a aparecer. É comum que os pais deixem de vacinar, seja por campanhas antivacinação, ou dificuldade em levar aos postos. Mas também há o fator de tranquilidade das pessoas quando falamos em doenças já esquecidas e controladas.”

A especialista diz que ainda há tempo de evitar surtos se as pessoas se vacinarem adequadamente e lembra que apelo do Ministério da Saúde é para o controle de novos casos.

CENÁRIO NACIONAL
No Brasil, até o dia 22 de outubro foram confirmados 2.425 casos. Atualmente, há somente dois surtos de sarampo, um no Amazonas e outro em Roraima. Segundo o Ministério da Saúde, alguns registros isolados e relacionados à importação da doença já foram identificados em outros Estados, como, por exemplo, em São Paulo, que tem três contaminações. 




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