No exato momento em que o Brasil estava em campo pela Copa do Mundo, as ruas do Grande ABC ficaram vazias. Comércios fechados e pessoas liberadas dos ofícios por causa da partida mostraram o quanto a Seleção Brasileira ainda influencia na vida da população. Isso ficou mais evidente em casos de trabalhadores que não puderam largar o expediente, mas que, ainda assim, deram um jeito de acompanhá-la.

O motorista de ônibus Eloandro Luiz Teixeira, 48, por exemplo, que trajava a camisa do Brasil e, ao mesmo tempo em que trabalhava, ouvia o jogo pelo rádio, falou da situação de não estar junto com os familiares no momento. “Estão todos reunidos lá na minha casa e só eu estou trabalhando. Tenho que acompanhar pelo rádio, faz parte, fiz isso nos outros jogos e vai ser assim até o fim da Copa. Aproveito a parada no ponto final para dar uma olhada na TV”, disse o motorista, que busca passar o amor pela Seleção Brasileira para os netos.

“Aprendi a torcer desde pequeno e tento passar isso para os meus dois netos. Já comprei camisas e bermudas da Seleção para eles. Gostam do Neymar e fico muito feliz de ver isso. Eu gostava muito do Zico, Sócrates, mas era fã mesmo do Romário”, completou Teixeira.

Já o segurança do Hospital Santa Helena, de Santo André, Robson Falomeno, 43, que checava a reação dos torcedores para saber o resultado, disse não acompanhar muito futebol, mas que tenta parar na época do Mundial.

“A família que gosta mais. Minha mulher e minha filha estão lá assistindo. Para mim não muda tanto, tenho que trabalhar, então, acompanho os resultados pelas reações das pessoas nas ruas. Claro que quando chega a Copa do Mundo eu assisto a muitos jogos, principalmente do Brasil. Mas gosto muito também da Itália, que, infelizmente, não está nesta Copa”, disse.