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Polícia indicia PM que matou Luan por homicídio culposo

Alécio José de Souza atingiu o estudante na nuca com disparo de arma de fogo em novembro

Bia Moço
Especial para o Diário
19/06/2018 | 07:00
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 A Polícia Civil indiciou o PM (Policial Militar) Alécio José de Souza, do 10º BPM (Batalhão de Polícia Militar) de Santo André pelo assassinato do estudante Luan Gabriel Nogueira de Souza, 14 anos, no Parque João Ramalho. Em novembro do ano passado o garoto havia saído de casa para comprar um pacote de bolachas com um amigo e acabou baleado na nuca, em viela que dava acesso ao comércio. Após a investigação, o cabo responderá por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).

A mãe de Luan, Maria Medina Costa Ribeiro, 43, acredita que o fato de a morte ter sido causada por policial faz com que o processo seja favorável ao PM. “Quero ver ele (policial) preso. Não vou desistir de ver ele na cadeia. Matou meu filho e deveria ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Ele deu um tiro à queima-roupa, na nuca, sabendo que assim mataria. Não foi sem querer.”

Advogado e coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), Ariel de Castro Alves considera lamentável o entendimento da Polícia Civil sobre o caso. “Espero que o representante do MP (Ministério Público) que receber este inquérito e suas conclusões discorde frontalmente do parecer da Polícia Civil e denuncie o PM por homicídio doloso. A conclusão da polícia é uma afronta ao bom-senso. Quem entra em uma viela de uma comunidade, em um domingo, onde pessoas costumam estar nas ruas, com o dedo no gatilho e atirando em direção a um grupo de jovens não pode alegar acidente. Ele (policial)teve vontade deliberadamente de matar.”

Alvez diz ainda que prevaleceu o corporativismo. “Um tiro certeiro na nunca não poderia ser considerado acidental. Caso ele (policial) seja considerado culpado, na pena do homicídio culposo responderá em liberdade, jamais será preso, o que não deveria acontecer.”

O delegado titular do 2º DP (Vila Camilópolis), George Amauri Lopes, foi responsável pela investigação e diz que cabe agora ao MP julgar o caso. “Investigamos. A decisão final fica a cargo do MP.”

 

 




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