Falar de blues é falar de colheitas de algodão e do Rio Mississipi. E são nessas águas que banham o Estado de Arkansas, onde nasceu o cantor J.J. Jackson. Para mostrar um bocado do seu trabalho, o norte-americano radicado no Brasil se apresenta em São Caetano amanhã, no Estação Parrilla (Rua Gen. Osório, 156). Os ingressos custam R$ 50.

O artista aproveita a oportunidade para divulgar seu novo trabalho, J.J. Jackson & Prado Brothers (Chico Blues Records, R$ 19,90, em média). O álbum comemora os 30 anos de carreira do artista no País e também a amizade com os músicos de São Caetano Igor (guitarra) e Yuri (bateria) Prado, que participam da obra.

“Conheço os irmãos Prados desde quando usavam fraldas (brincadeirinha). Mas o fato é que já tem mais de 20 anos, com certeza. Tenho por eles um respeito profissional imenso e um carinho de tio”, diz Jackson ao Diário. Já Igor Prado conta que Jackson foi uma das primeiras pessoas a vê-los tocando, “quando tínhamos 15, 16 anos. A gente sempre o chamou para os discos. Temos um carinho muito especial por ele. Fora o lance da música há uma amizade.”

Na ocasião do show, Jackson não estará com os irmãos Prado . Ele conta que para o repertório, sempre pensa no público e tenta imaginar quais músicas as pessoas mais gostarão de ouvir. “Claro que não fujo do meu estilo e gênero , mas gosto que meus ouvintes cantem comigo”, diz.

Mesmo distante do berço do blues, Jackson diz ser gratificante trabalhar com música no Brasil. “Os brasileiros são receptivos, carinhosos e talentosos. Tudo isso junto virou uma armadilha, no bom sentido, para mim. Tanto que experimentei e nunca mais larguei. Tenho minha banda base em São Paulo, mas me apresento com músicos de todo o País. Não posso deixar de observar que a música flui tão naturalmente que digo que está no sangue.”