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Moradores de terreno no Zaíra pedem muro

Fácil acesso à área pública ocupada há 30 anos na Av.Presidente Castelo Branco atrai criminosos

Por Matheus Angioleto
Do Diário do Grande ABC
16/06/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 A construção de muro em terreno público ocupado por moradores há mais de 30 anos no Jardim Zaíra, em Mauá, é alvo de desentendimento entre a comunidade e a administração pública. A população diz que o espaço, localizado na Avenida Presidente Castelo Branco, altura do número 3.000, precisa de proteção para evitar o estacionamento de veículos roubados no local e que a administração não permite a construção.

Segundo os moradores da área, grupo de cerca de 30 famílias se reuniu para erguer um muro capaz de ‘proteger’ o terreno. No entanto, todo o trabalho foi destruído por máquinas da Prefeitura horas após o início da obra. Em visita ao terreno, a equipe do Diário observou que a base para a construção da proteção foi mantida pela população.

Ao longo dos quatro anos em que vive no espaço, Ueder Alexandre da Silva, 33 anos, revela já ter presenciado diversas formas irregulares e até mesmo ilegais de uso do terreno. Além de assaltos na região, ele destaca a utilização do local para desmanche de veículos, além de rota de fuga de criminosos e depósito de lixo. “A população vem sofrendo com o descaso. Roubam carros e estacionam aqui”, afirma.

Silva destaca que existe ofício protocolado na Prefeitura para a construção do muro, no entanto, a comunidade ainda aguarda retorno. “Já veio todo mundo da secretaria olhar e se certificar de que não é uma construção irregular e sim um muro de proteção. Até colocaram normas, dizendo que tinha de ser um portão aberto para o pessoal de fora poder ver aqui dentro”, diz.

O auxiliar de manutenção Fernando de Araujo, 47, que tem família que mora no local há mais de 20 anos, concorda com o vizinho. “É bem complicado. Encosta carro roubado aqui, por isso que queremos construir (o muro) para ficar melhor para a turma”, avalia.

Segundo a dona de casa Sueli de Melo Silva, 42, o transtorno é motivado por denúncias dos vizinhos e comerciantes do entorno feitas à Prefeitura. “Ficam falando que tem gente armada aqui, que queremos fazer o muro para construir mais casas. E não é nada disso, é tudo boato. A gente quer fazer o muro por segurança”, defende.

Em nota, a Prefeitura de Mauá afirmou que “o espaço em questão é uma área já invadida há mais de 30 anos e que atualmente não possui qualquer pedido de reintegração de posse. Segundo as secretarias de Planejamento, Segurança Pública, Obras e Serviços Urbanos, não há em andamento qualquer pedido para construção ou derrubada de muro no local”.

A administração salientou ainda que “trabalha para regularizar áreas de ocupação fundiária e que técnicos e assistentes da Prefeitura constantemente visitam os locais para conversar com a população e prestar atendimentos”.

Segundo a Polícia Militar, levantamento de janeiro a maio de 2017 não registrou nenhuma ocorrência de roubo de veículo no subsetor do referido local.




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