Os moradores da favela do Cruzado II, em Santo André, também andam com medo de serem despejados das suas casas. O pânico está disseminado entre as pessoas de diversas ruas e travessas.
Segundo eles, basta a chegada de um carro da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) ou da Defesa Civil de Santo André para perderem o sono.
As chuvas fortes e os barrancos com fissuras não atrapalham o dia a dia desses moradores. A maioria acredita que os que estavam localizados em lugares mais perigosos já foram retirados.
"Moro aqui há 23 anos e não vejo perigo. Se eu sair daqui, para onde vou levar a minha família? Para a rua não vou de jeito nenhum", afirma o pedreiro José Belo Irmão, 60 anos.
O funcionário público Valter Meneses, 50, que mora há 20 anos na Rua da Luta, perdeu a tranquilidade e carrega a incerteza na cabeça.
"Não sei o que vai acontecer amanhã ou depois. A pior coisa que pode existir é essa incerteza, que vai nos destruindo", comenta Meneses.
A favela do Cruzado II fica próxima da Rua dos Missionários e da Travessa Rosa de Saron, no Jardim Santo André, local onde 41 casas foram interditadas semana passada.
Eles compartilham o sentimento de angústia. O motorista Silmar Lima, 41, está receoso sobre como vai começar o novo ano na Rua dos Missionários. "Desse jeito não tem como a gente se programar. Vamos acreditar que tudo dará certo".
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