Esportes Titulo Confidencial
Põe na galeria das vitórias improváveis
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
31/03/2017 | 07:00
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O torcedor do Santo André certamente é o último a desistir do time, a jogar a toalha. O que aconteceu quarta-feira, em Osasco, foi mais um capítulo de uma história construída com vitórias e reações espetaculares. Se bem que contra o Audax o time caprichou no quesito dramaticidade. Fora de casa, com goleiro reserva que estreava na competição e com um jogador a menos – o lateral-esquerdo Paulinho teve de deixar o jogo após sofrer pancada na cabeça – conseguiu a virada com gols de Henan aos 40 e aos 45 minutos do segundo tempo, que salvaram o time do rebaixamento no Campeonato Paulista.

Foi teste para cardíaco e alguns foram reprovados. Nas redes sociais torcedores relataram picos de pressão antes e durante o confronto. Duas figuras carimbadas trocaram a arquibancada por camas de hospitais. Mauricio Noznica, o Mau, e Eduardo Braghirolli, o Esquerdinha, não deram conta de controlar a ansiedade, nem mesmo com o uso de calmantes.

Com certeza, o jogo de quarta será contado e recontado pelos fãs do Ramalhão por muito tempo. Entrou para a extensa galeria de vitórias improváveis, onde está, por exemplo, o acesso para a elite, em 2001, com gol de pênalti, aos 48 minutos do segundo tempo. Ou a ascensão para a Série B do Brasileiro, em 2003, quando derrotou o Campinense-PB, por 2 a 1, na Paraíba. Não dá para esquecer da emblemática vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, em pleno Maracanã, na final da Copa do Brasil, em 2004. Para finalizar, a reação espetacular na Série A-2 do ano passado, quando se classificou para o mata-mata na oitava posição, dependendo de outros resultados, e depois chegou ao título. Precisaria de mais de uma coluna para citar todas as vezes em que o time mostrou-se heroico, como quarta, em Osasco.

Escola de samba no estádio

Ao contrário do que previa a diretoria andreense, a recepção em Osasco foi tranquila. Mas duas coisas chamaram atenção. Para atrair torcedores, a direção do Audax disponibilizou ônibus para ir buscar as pessoas nos lugares mais afastados da cidade. A ideia era pressionar o Santo André. Até mesmo bateria de escola de samba foi contratada. Tudo em vão. O som que prevaleceu depois da partida vinha do vestiário andreense, onde jogadores, comissão técnica e diretoria cantavam o hino do clube.

Cadê a transmissão?

Além de sofrer com o time, o torcedor que não foi a Osasco penou para conseguir ver o jogo. Como todas as partidas da rodada do Paulistão foram no mesmo horário, apenas algumas operadoras de TV a cabo, como Sky e Vivo, transmitiram o jogo no sistema pay-per-view (pague para ver). Assinantes da Net, por exemplo, ficaram na mão e tiveram de recorrer ao radinho para ouvir a Rádio ABC, única emissora que transmitiu a partida. 




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