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Calheiros: votações às vésperas do recesso dão espaço a 'chantagens'
Do Diário OnLine
Com Agências
09/07/2004 | 17:54
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O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), teceu críticas nesta sexta-feira à condução de votações prioritárias pelo governo federal. O peemedebista, que pela manhã se reuniu com o ministro Antônio Palocci (Fazenda) e alguns líderes da base aliada, afirmou que deixar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e outros projetos importantes para votação às vésperas do recesso parlamentar abre espaço para "chantagens".

"Não dá para deixar para votar essas coisas no final, quando é evidente a falta de quorum, porque sempre aparece uma questão pontual, uma condição a fazer que se coloca contra o interesse do país. Todo ano isso se repete. Não é um bom costume, pois abre espaço para uma reivindicação legítima, mas também para chantagens", afirmou o senador alagoano.

Mesmo depois de falar em "chantagens", Calheiros adotou um tom diplomático e afirmou que a reivindicação do deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) "é justa". O peemedebista disse esperar que o impasse criado na quinta-feira por Maia seja resolvido até terça-feira, para quando foi remarcada a sessão conjunta para votação da LDO/2005.

Rebelião - O texto de diretrizes orçamentárias não foi votado na tarde de quinta por causa do protesto de Rodrigo Maia pelo atraso no repasse de verbas devidas pelo BB (Banco do Brasil) à Prefeitura do Rio de Janeiro, comandada pelo pai dele, César Maia (PFL).

Nas contas de Rodrigo Maia, a capital fluminense tem direito a sacar aproximadamente R$ 280 milhões em recursos judiciais referentes a processos litigiosos entre os municípios e os contribuintes, mas o BB admite liberar apenas R$ 120 milhões.

O líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), não teve a mesma diplomacia de Renan Calheiros e atacou diretamente Rodrigo e César Maia. Nesta sexta-feira, o petista de Santo André afirmou que os pefelistas cariocas fazem "chantagem com o país" ao não permitirem a votação da LDO no prazo previsto.

O deputado disse temer que a "atitude inusitada" de Rodrigo Maia na sessão de quinta-feira provoque reações idênticas entre outros parlamentares que tenham eventuais pendências a cobrar do governo federal.




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