"A briga será grande porque a prioridade do governo é o Orçamento e a nossa é o salário mínimo", disse o deputado Paulo Paim (PT-RS). A mesma promessa faz o deputado Luiz Antônio de Medeiros (PFL-SP). Os dois integram a comissao mista encarregada de examinar a MP do mínimo.
A ameaça levou o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), a advertir que, boicotar o Orçamento é "atirar contra o próprio pé". O argumento de Arthur Virgílio e do governo tem como raciocínio o fato de que, sem Orçamento votado, nao há como pagar o salário mínimo seja lá qual for o valor.
Mas os partidos de oposiçao mantêm disposiçao de obstruir a votaçao do Orçamento até que a MP do mínimo seja examinada. A tese conta com a simpatia do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), que tem o poder de decidir a pauta do Congresso. E ACM espera ser seguido nao só por pefelistas, como também por dissidentes do PMDB.
A afliçao do governo tem motivaçoes concretas. "A máquina pública está falindo", desespera-se Arthur Virgílio. Faltam materiais de consumo nos ministérios, de papel ofício a cafezinho. No Legislativo, a pressao sobre os parlamentares é grande. Muitos funcionários receberam apenas metade do valor registrado normalmente em seus contra-cheques.
Por falta absoluta de verbas, foram cortados todos os valores referentes a direitos trabalhistas, como auxílio-creche, tíquete refeiçao e vale transporte.
Arthur Virgílio aposta que a articulaçao do Palácio do Planalto para aprovar o Orçamento de 2000 será vitoriosa, pelo simples fato de que se trata da mais importante de todas as leis.
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