Com um discurso agressivo à gestão do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), mas com a apresentação de raras propostas, o vereador Vaguinho do Conselho (PRB) teve seu nome homologado na noite de ontem para a disputa pelo comando da Prefeitura em outubro. O tom crítico escolhido por Vaguinho se assemelha ao utilizado pelo então prefeito Mário Reali (PT) e o ex-chefe do Executivo José de Filippi Júnior (PT) na eleição passada, quando por diversas oportunidades chamaram Lauro de “playboy”. A tática não deu certo há quatro anos e Lauro desbancou o petismo.

“Aqui em Diadema, o prefeito atrasou as entregas dos uniformes escolares, porque foi um playboy que nunca usou uma escola pública”, inflamou Vaguinho, que até o ano passado esteve na base aliada de Lauro no Legislativo.

O evento foi acompanhado por aproximadamente 600 pessoas, que se aglomeraram nas dependências da Câmara e no lado de fora. Em outro momento, Vaguinho chamou o verde de “arrogante” e “prepotente”, citando que o seu “primeiro emprego” foi ser vereador. Fala essa também usada por petistas no pleito passado.

Quanto às propostas, o debutante na corrida majoritária de Diadema destacou apenas ter plano de metas pronto, mas sem especificar ações prioritárias. Ele lembrou ainda de sua trajetória como conselheiro tutelar, passando por mandatos na Câmara até a viabilidade de sua pré-candidatura ao Paço, iniciada no começo ano passado, ainda pelo PSB.

Os ataques ao verde também foram presentes nos discursos das outras lideranças partidárias que prestigiaram Vaguinho, como o ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio e presidente licenciado do PRB nacional, Marcos Pereira, além de dirigentes estaduais e municipais que compõem a coalizão republicana, formada por sete partidos. “Esta será uma disputa do tostão contra o milhão. Temos de fazer uma política limpa contra aqueles que usam a máquina pública para se perpetuar no poder”, discorreu Marcos Pereira.

A parlamentar Cida Ferreira (PMDB), confirmada como vice na chapa, também foi agressiva ao chefe do Executivo. “Ele (Lauro) é um filhinho de papai, que nunca precisou entrar em um ônibus para trabalhar, criado no quintal de casa. Aqui temos muitas pessoas humildes e que lutam há muito tempo em nossa cidade. Vamos em frente e até à vitória em outubro”, conclamou a peemedebista.

O bloco de partidos que apoiam chapa republicana é formado pelo Solidariedade, PSC, PR, PTN, PMDB e PTB, e foi denominada “Para Diadema Mudar de Verdade”.