Política Titulo São Bernardo
Base aliada manda recado para Marinho

Prefeito banca petista como presidente em S.Bernardo e vê bloco provocar adiamento de projeto

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/12/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), viu ontem sua base aliada forçar o adiamento da votação de pacote de aumento de impostos, numa clara resposta do bloco de sustentação à pressão do Paço pela eleição do petista José Luiz Ferrarezi à presidência do Legislativo.

O governo convocou para ontem à tarde sessão surpresa – a imprensa sequer foi avisada, por exemplo – para limpar a pauta. Na lista de votações estavam cerca de dez projetos, entre os quais plano tributário idealizado pela secretária de Planejamento e Orçamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT). O principal ponto deste item é o acréscimo de 150% na alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços), que passará de 2% para 5%.

Noventa por cento do objetivo foi completado, com a bancada governista avalizando textos como mudança no cálculo do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivos), alterações no Plano Diretor e regularização da CIP (Contribuição de Iluminação Pública), conhecida como taxa da luz – esse artigo, aliás, teve emenda proposta para reduzir impacto financeiro no bolso dos munícipes. Restou, então, análise do pacote fiscal.

Já era 22h30 de ontem quando o projeto entrou em votação. Entretanto, em claro sinal de descontentamento com a predileção de Marinho por Ferrarezi na eleição à presidência da Câmara, o bloco aliado provocou o adiamento da proposta. O item agora será analisado na segunda-feira, às 16h, em sessão extraordinária, justamente depois do pleito interno, também marcado para segunda-feira, mas pela manhã.

Vereadores aliados cobram de Marinho compromisso extraoficial firmado em dezembro de 2012, quando o chefe do Executivo bateu o pé pela vitória de Tião Mateus (PT) na concorrência legislativa. À ocasião, prometeu à base que iria promover revezamento no comando da Casa, sendo que, para o biênio 2015-2016, iria trabalhar pela eleição de vereador de sigla do bloco de sustentação.

Com essa promessa em mente, Ramon Ramos (PDT) passou a costurar candidatura e buscar apoio dos petistas. Nesta semana, porém, Marinho escancarou seu desejo por Ferrarezi. O Diário antecipou plano do prefeito na edição de quarta-feira, que quer ter petista como presidente vislumbrando candidatura da mulher, Nilza, à Prefeitura.

“Infelizmente o jogo de interesses prejudicou os interesses da população nesta noite. Ficou clara que discutimos os anseios pessoais em vez das necessidades do povo”, reclamou Pery Cartola (SD), da oposição. Líder do governo na Casa, José Ferreira (PT) negou a relação. “A eleição (à presidência da Câmara) não contaminou. O projeto precisa de ajustes, há detalhes em aberto. E decidimos dar mais publicidade ao projeto, por isso colocamos para segunda-feira, para que a população tenha tempo de ver o teor do texto.” 




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