O Morumbi foi tomado ontem à noite por torcedores brasileiros. Nada de argentinos, uruguaios ou chilenos. O vermelho e o branco cobriram o estádio para ver a final da Libertadores da América entre São Paulo e Internacional, a segunda decisão de equipes nacionais da história do torneio. Apesar da polícia não ter registrado feridos antes da partida, muita catimba marcou confrontos das duas melhores equipes da atualidade em nosso país. Logo na chegada ao estádio, o ônibus da delegação do Internacional foi apedrejado por torcedores são-paulinos, que arremessaram pedras, latas e garrafas de dois litros de refrigerantes.

“Não esperávamos por este tratamento aqui em São Paulo. As mesmas dificuldades que passamos aqui, o São Paulo também as terá. Não com violência, mas com o apoio do torcedor gaúcho e uma forte pressão no Beira-Rio, a nossa casa”, disse o presidente do Internacional, Fernando Carvalho.

A diretoria do São Paulo reservou apenas 15 lugares de suas tribunas para a cúpula gaúcha, no Morumbi. “Eles terão a mesma hospitalidade”, cutucou o mandachuva do Colorado. O clima de guerra pôde ser visto na arquibancada principal do estádio, que ontem recebeu mais de 70 mil torcedores. Os gaúchos, em torno 3,5 mil, ficaram acuados no setor inferior.

“Nossa torcida foi atacada da maneira mais desagradável pelos são-paulinos, que se posicionaram em cima. Urina, água, tudo o que você pode imaginar, eles arremessaram. Isso é lamentável”, reclamou o vice-presidente administrativo do Inter, Giovanni Luigi Calvário.

O dirigente ainda alertou o torcedor são-paulino que pretende pôr o pé na estrada rumo a Porto Alegre, na próxima quarta-feira, no último jogo da Libertadores. “Tenho compromisso com o meu torcedor. E ele vai me cobrar uma atitude quando voltarmos a Porto Alegre”, ironizou.

Na Sul, os visitantes terão 3 mil ingressos à disposição no estádio Beira-Rio, onde o Tricolor vai em busca de seu quarto título continental e, quem sabe, o tetra do Mundial Interclubes, disputado em dezembro, no Japão. Mas antes disso, vai enfrentar a fúria gaúcha. “A princípio, metade dos são-paulinos vai ficar no anel inferior e a outra no superior. Mas depois disso, desse tratamento que tivemos aqui em São Paulo, temos como colocá-los no mesmo espaço, como fizeram com os nossos torcedores”, completou Luigi.