Ex-prefeiturável, o secretário de Cultura de Santo André, Raimundo Salles (PDT), está próximo de migrar para a MD (Mobilização Democrática), partido da fusão entre PPS e PMN. O pedetista, inclusive, já teve encontro a portas fechadas com o prefeito Carlos Grana (PT) para posicioná-lo sobre a provável transição. Na reunião, o integrante do primeiro escalão do governo petista informou sobre o convite firmado recentemente pelo deputado estadual Alex Manente (PPS).

A filiação teria como estratégia garantir Salles na coordenação da campanha de Alex, que visa vaga de deputado federal em 2014. Uma possível dobrada não está descartada, mas ainda não há acordo consolidado nesse sentido. A ligação de Salles com Alex tem se estreitado nos últimos meses. Prova disso são as participações do deputado em série de eventos promovidos pelo secretário e a abertura de cargo no gabinete do popular-socialista para a mulher do pedetista.

Ao mesmo tempo em que destacou a "excelente relação" com Salles, Alex ponderou que, primeiramente, espera a fundação formal da MD para anunciar algumas tratativas no Grande ABC. Por outro lado, o popular-socialista assinalou que o pedetista tem as "portas abertas" para ingressar no partido. "Se ele puder (trocar de agremiação) será muito bem-vindo", disse o parlamentar. "Mas, oficialmente, não existe nada. Converso rotineiramente com ele e falamos de política."

O presidente do PDT andreense, Adonis Bernandes, afirmou que Salles nunca manifestou interesse em sair das fileiras pedetistas. "Vejo só como especulação. O Salles tem dito que não está envolvido nessa questão e quer se manter no PDT, por isso não tenho motivos para questioná-lo sobre sua postura."

A possível mudança, porém não deve impactar diretamente e de imediato na sua costura política com Grana. Isso porque a cota de Salles é pessoal, acordo de segundo turno, e não do PDT.

A ficha de filiação na MD tende a ser assinada por Salles em junho, após o deferimento do partido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ocorrerá ainda neste mês. A sigla foi oficializada no dia 17 de abril e aguarda a adesão de grandes lideranças e políticos com mandato na região. Com a criação da MD, abre-se um prazo de 30 dias para que os políticos mudem para a legenda sem o risco de perder o cargo eletivo. Esse período é conhecido como janela.

A princípio, a nova legenda nasce na oposição ao governo federal, comandado pelo PT, o que geraria certa saia justa para Salles, que não foi localizado par comentar o assunto.