“Acho impossível que isso aconteça. Só se quiserem realmente rasgar o estatuto do partido, tudo é possível. Vou lutar com todas as minhas forças e fazer o debate, como deve ser feito, na comissão de ética, para que isso seja efetivamente impedido. Vou continuar discutindo o mérito das propostas, porque ninguém vai tirar o meu mandato. Vou apresentar tantas emendas quantas forem necessárias e usar o regimento da forma que for necessário para fazer uma reforma tributária que não seja uma suposta simplificação de imposto, mas que possa significar visão de federalismo cooperativo, e não competitivo”, afirmou a senadora em entrevista à Rádio CBN.
Na segunda-feira, em reunião em São Paulo, a Executiva Nacional do PT decidiu abrir processo de expulsão contra três parlamentares da ala radical que ameaçam não seguir a orientação do partido na votação das propostas de reformas tributária e previdenciária. Além de Heloísa Helena, podem ser expulsos os deputados federais João Batista Araújo (PA), o Babá, e Luciana Genro (RS). Lindbergh Farias (RJ) foi poupado.
A partir de agora, o Conselho de Ética do PT terá entre 30 e 60 dias para elaborar um parecer opinando sobre a necessidade de expulsão dos parlamentares. Em seguida, o relatório será votado pelo partido. Mas o presidente do PT, José Genoino, sustenta que os parlamentares ameaçados de expulsão poderão permanecer no partido, desde que assumam o compromisso público de votar de acordo com a decisão da direção petista.
“Eles devem participar do debate, mas se comprometer a votar com o partido. Se o partido muda de posição ou mantém, eles devem obedecer as decisões. O partido não é estático. São propostas aprovadas pelo partido desde 1996, no programa que elegeu Lula e na resolução do Diretório Nacional em março”, afirmou também em entrevista à CBN.
“O debate é livre, mas a unidade de ação é fundamental. Conviver com o contraditório tudo bem, mas conviver com a desobediência não. O PT nunca abriu mão da fidelidade partidária e esses companheiros aprovaram o estatuto do partido”, acrescentou Genoino.
Ele também afirmou que as medidas tomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva são as mesmas previstas no programa de governo. O presidente do PT disse que o partido sempre defendeu a previdência universal pública, com piso de um salário-mínimo e teto de dez mínimos, e procurou esclarecer a cobrança dos inativos. “Quando votamos contra a proposta do presidente Fernando Henrique de cobrança de inativo foi porque não tinha piso. A nossa proposta estabelece piso de R$ 1.058”, esclareceu.
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