São Bernardo está na iminência de perder um dos seus principais parceiros na área esportiva. Por conta das denúncias de abuso sexual que teriam sido cometidas pelo técnico Fernando de Carvalho Lopes nos atletas da equipe de ginástica enquanto trabalhava no Mesc (Movimento de Expansão Social Católica), a cidade terá dificuldade para renovar o contrato de patrocínio com a Caixa, que vence em agosto.

O banco injeta R$ 800 mil por ano em parceria com a Prefeitura de São Bernardo para custeio da equipe, que conta com Diego Hypólito e Caio Souza, ambos atletas da Seleção Brasileira, além de taxas de inscrições nas competições e manutenção do centro de treinamento localizado no terreno onde funcionava o antigo clube da Volks, no Jardim Irajá. O contrato foi assinado em 2014.

O corte de verba pode representar interrupção do trabalho da equipe de ginástica e, consequentemente, prejuízo significativo para os atletas que já iniciaram o ciclo de treinamento com foco nos Jogos Olímpicos de 2020, no Japão. O centro de treinamento de São Bernardo, aliás, é um dos mais bem equipados do País e é cotado para ser base da Seleção Brasileira nas próximas temporadas.

A Caixa não deu muitas justificativas para não renovar o contrato e evitou relacionar a decisão às denúncias contra Fernando Lopes, que era treinador da equipe são-bernardense, mas foi afastado desde as primeiras denúncias contra ele, ocorridas em 2016. Ao jornal Folha de S.Paulo, o banco disse que “a decisão ocorreu por uma decisão estratégica para o ano, considerando, inclusive, a dotação orçamentária disponível”.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de São Bernardo se limitou a dizer, por nota, que “o contrato tem vigência até agosto deste ano. Até o momento, a administração não recebeu qualquer notificação oficial da empresa sobre a manutenção ou não do convênio, motivo pelo qual não irá se manifestar mais a respeito do referido assunto”, diz o comunicado.