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João Avamileno reforça ações na região central
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
20/10/2004 | 09:20
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Candidato do PT à reeleição, o prefeito de Santo André, João Avamileno, intensificou a campanha para ganhar o voto da classe média da cidade. O petista saiu vitorioso das urnas no primeiro turno e ganhou em sete das dez zonas eleitorais, conquistando principalmente a confiança de quem mora na periferia. Apesar da vantagem no quadro geral em relação ao adversário do PSDB, Newton Brandão, o resultado mostrou que parte da elite andreense não quer outro mandato de Avamileno. No Centro e adjacências, a preferência do eleitorado foi pelo tucano. Na região das zonas 156 e 306, que compreendem bairros como Jardim Bela Vista, vilas Guiomar e Alpina e bairro Jardim, Brandão teve cerca de 10 mil votos a mais que Avamileno. Em nenhum outro ponto da cidade a diferença entre os dois foi tão grande. "Talvez parte da elite de Santo André não queira ver a cidade governada por um trabalhador", disse o prefeito, que teve a militância política iniciada e calcada no sindicalismo.

Avamileno não confirma, mas sua agenda de compromissos de campanha dá a deixa: os trabalhos na região central da cidade foram intensificados, não só com a presença numerosa de militantes, mas do próprio candidato, que nas duas últimas semanas é visto com freqüência pelas ruas fazendo corpo-a-corpo. Só nesta terça, pela manhã, ele visitou a feira do bairro Campestre; à noite, estaria na porta da UniABC, acompanhado por seus apoiadores. "Temos de atuar na cidade inteira", afirmou.

O candidato minimizou a larga vantagem obtida por Brandão entre os eleitores mais abastados, dizendo que o PT sempre perdeu nas zonas citadas, e que, tradicionalmente, a legenda obtém mais votos nas áreas mais pobres. Mas admitiu que nestas eleições o "anti-petismo" cresceu "um pouco". "Fizemos um governo para todos. Para ricos e pobres. Meu compromisso com todas as classes não muda só porque tenho origem no movimento sindical. Se os ricos querem continuar ricos, tudo bem. Mas temos de fazer justiça social."

Na zona eleitoral 156, o tucano teve 62,79% dos votos válidos, contra 28,27% do petista; na 306, Brandão registrou 58,19% e Avamileno, 32,82%. Nesta terça, a campanha do atual prefeito angariou mais um apoio, o do candidato derrotado Galileo Gomes da Silveira, do PSDC, que no primeiro turno não chegou a conquistar a preferência de 1% dos eleitores.

Os pemedebistas liderados pelo vereador reeleito Sargento Juliano e pelo recém-eleito José de Araújo, segundo e quarto mais votados, respectivamente, para a Câmara, engrossam o cordão de apoio. O PDT de José Dilson segue com Avamileno, apesar de Aidan Antonio Ravin, recordista de votos para o Legislativo, optar pela coligação com o tucano. Por coincidência, nas duas zonas em que o petista teve o pior desempenho, Dilson também registrou seus índices de votação mais baixos.

Espalhados - Ao contrário do cenário registrado em Santo André, em Diadema e Mauá a preferência de quem vive na periferia ou em bairros mais nobres não apresentou tantos desníveis.

Por conta da homogeneidade na votação, o prefeito José de Filippi Júnior (PT), de Diadema, não pretende criar novos mecanismos para tirar votos do adversário tucano, José Augusto da Silva Ramos.

Ele continuará com o tradicional corpo-a-corpo com os moradores em todos os bairros da cidade, mas dará mais peso - com a presença de aliados - nos redutos onde o tucano teve maior votação: Centro, Conceição, Serraria, Inamar e Eldorado. "Vamos trabalhar toda a cidade, mas avançaremos onde ele teve mais votos", explicou. A coordenação da campanha de José Augusto também aposta na idéia de que não há redutos específicos de um ou outro candidato, e deve, como o petista, seguir atirando para todos os lados.

Em Mauá, cidade em que o candidato do PT, Márcio Chaves Pires, venceu nas quatro zonas eleitorais, a tática deve ser a mesma do primeiro turno. "Tenho de manter os cerca de 90 mil votos que obtive e tentar outros mais. Sem um foco específico, já que a votação foi bem espalhada", disse o atual vice-prefeito, que aposta na presença de líderes nacionais do PT em seu palanque para fisgar os indecisos.

Leonel Damo (PV) disse que já colocou mais carros de som e militantes nos bairros de Mauá onde Chaves obteve maior vantagem, como Capuava, Jardim Oratório e São Vicente. E acha que os apoios conquistados para o segundo turno, dos candidatos derrotados Chiquinho do Zaíra (PSB) e Admir Jacomussi (PPS), vão desequilibrar a disputa em seu favor na reta final. "Minha vice, Leni Walenty (PSDB) e eu estamos intensificando o corpo-a-corpo", afirmou o candidato.




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