Filippi diz que não será candidato, mas evita declarar apoio público ao vereador de Diadema, que se torna único nome na disputa ao Paço
O nome do vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, ganhou força no PT de Diadema para ser escolhido como candidato do partido ao Paço em outubro. Em reunião da executiva, realizada ontem a portas fechadas, o ex-prefeito José de Filippi Júnior afirmou que não será candidato, mas evitou cravar publicamente apoio à candidatura do parlamentar.
À bancada – a maioria apoia Maninho –, Filippi teria garantido que daria bênçãos públicas ao projeto do vereador nos próximos dias. Por outro lado, a ala pró-Maninho acredita que o ex-gestor possa declarar apoio ao petista na terça-feira, quando haverá reunião do diretório com a militância. Na ótica de alguns parlamentares da legenda, divulgar a postura do ex-prefeito antes de conversar com os filiados pode atrapalhar a busca pelo consenso em torno do nome de Maninho.
Por outro lado, os próprios apoiadores da candidatura do parlamentar acreditam que o debate interno no partido não será fácil. A ala de Articulação de Esquerda da legenda continuará insistindo pelo nome do ex-prefeito. Como as convenções partidárias para a oficialização de candidaturas só ocorrem entre julho e agosto, a saída de Filippi do páreo ainda não é dada como certa.
Desde o ano passado, o PT de Diadema bate cabeça para definir o nome que tentará impedir a reeleição do prefeito Lauro Michels (PV) e retomar a hegemonia do partido na cidade. O envolvimento do nome de Filippi na Operação Lava Jato deixou dúvidas sobre sua participação na disputa. Sem a certeza de que o ex-prefeito aceitaria voltar a concorrer ao Paço, dois vereadores petistas se lançaram como possíveis prefeituráveis. Além de Maninho, José Antônio da Silva se colocou como pré-candidato. Em setembro, o cenário embolou mais ainda quando o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, mudou seu domicílio eleitoral de São Bernardo para Diadema, entrando para a briga interna.
Nessa disputa, Maninho angariou apoio unânime da bancada, com exceção de Zé Antônio. Com a possibilidade de perderem as prévias, Zé Antônio e Vicentinho decidiram, em fevereiro, desistir das candidaturas e anunciaram apoio irrestrito a Filippi. A estratégia visava acenar para lideranças externas do PT pró-Filippi. Em março, porém, nova fase da Lava Jato atrasou ainda mais a definição. Assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Filippi foi levado coercitivamente para depor na Polícia Federal, expondo mais uma vez o nome do ex-prefeito às denúncias de corrupção na Petrobras. Tesoureiro das campanhas vitoriosas de Lula à reeleição, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff, em 2010, Filippi nega irregularidades.
Na segunda-feira, durante o ato contra o impeachment realizado em São Bernardo, Filippi conversou com a equipe do Diário e não declarou apoio a Maninho, tampouco descartou estar no páreo. “O resumo da opera é o seguinte: o PT tem muitos bons candidatos. Nós vamos sentar e definir. Eu não tenho mais nenhum impedimento para ser candidato. Mas isso não é uma sinalização de que serei eu”, despistou.
A equipe do Diário tentou contato com os seis vereadores da legenda, com o presidente do partido, Mário Reali, e com Filippi, mas ninguém retornou aos contatos.
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