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‘Eu me arrependo de não ter concluído o museu’, diz Marinho

Ex-prefeito de S.Bernardo e pré-candidato do PT ao Estado defende obra: ‘Deveria ter assumido custos’

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
05/07/2018 | 00:28
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Divulgação/TV Cultura


O ex-prefeito de São Bernardo e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, afirmou que um de seus maiores arrependimentos como chefe do Executivo foi de não ter concluído a polêmica obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, idealizada por ele para homenagear a história do movimento sindical da cidade e, principalmente, seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Eu deveria ter chamado a responsabilidade de sua construção para as finanças municipais”, disse o petista, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que contou com participação do diretor de Redação do Diário, Evaldo Novelini. Marinho declarou que aguardou até o fim maior transferência de recursos do Ministério da Cultura.

Envolta em denúncias de desvio de dinheiro, a obra foi alvo principal da Operação Hefesta, da PF (Polícia Federal), deflagrada em dezembro de 2016. Baseando-se em denúncia do Diário, policiais federais e o MPF (Ministério Público Federal) apontaram diversas irregularidades no curso do projeto – desde a idealização à confecção do plano executivo. Marinho é réu em dois processos que tramitam na Justiça Federal. A obra deveria ter sido entregue em 2013, não foi e está programada para virar Fábrica de Cultura.

A delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, também foi debatida na entrevista. Pinheiro afirmou que Marinho teria agido para favorecer a OAS em obras que ocorreriam em São Bernardo. “Isso é uma mentira deslavada. Em uma delação, eles podem falar o que quiser para se safar.”

Marinho ainda falou a respeito da decisão da Câmara de São Bernardo em rejeitar suas contas, o que pode implicar num enquadramento na Lei da Ficha Limpa. O petista se disse tranquilo com relação a esse processo porque, além de ter recebido parecer favorável do TCE (Tribunal de Contas do Estado), o Legislativo não percorreu todos os instrumentos jurídicos desse caso. “Até a comissão mista da Câmara aprovou as contas. Foi na calada da noite que os vereadores as rejeitaram. Até o momento não fui notificado e tenho certeza que o Judiciário me dará razão”, comentou.

O ex-prefeito respondeu sobre não ter conseguido emplacar seu sucessor nas eleições de 2016, quando escolheu Tarcísio Secoli (PT) como candidato. Durante o pleito, Tarcisio amargou terceira colocação, ficando atrás de Orlando Morando (PSDB), atual prefeito, e do deputado federal Alex Manente (PPS), que ficou na segunda colocação. “Em 2016, o PT estava no fundo do poço. As pessoas me abordavam e diziam que não dava para votar mais no PT e que o PT precisava de uma lição. O momento agora é outro”, lembrou o petista, que, entre suas propostas, prometeu dobrar o salário dos professores e aumentar o efetivo policial no Estado. 




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