Política Titulo Crise em Mauá
Grupo de Atila vai para oposição a Alaíde

Prefeita em exercício demite superintendente da Sama e deflagra de vez crise no Paço de Mauá

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/07/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Grupo do prefeito afastado de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), anunciou que foi para a oposição à administração interina da prefeita em exercício da cidade, Alaíde Damo (MDB).

Ontem, a emedebista oficializou a demissão de Israel Aleixo, conhecido como Bell (PSB), do comando da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e deflagrou de vez a crise entre os dois blocos.

Além de superintendente da Sama, Bell é presidente do PSB municipal e uma das figuras mais próximas de Atila. Ele despachou normalmente pela manhã na autarquia, mas, no começo da tarde, recebeu telefonema do secretário de Governo, Antônio Carlos de Lima (PRTB), o dispensando da função. Ao sair da gestão, não poupou críticas à vice-prefeita.

“O grupo dos Damo não cumpriu nada do que foi acordado. Estamos sendo surpreendidos desde o primeiro dia da Alaíde como prefeita interina. Com a minha exoneração, eu, como presidente do PSB em Mauá, vou convocar uma reunião na semana que vem com o diretório. O PSB é oposição ao governo provisório de Alaíde Damo”, criticou.

Alaíde tomou posse como prefeita em exercício no dia 15 de maio, seis dias depois de Atila ser preso no âmbito da Operação Prato Feito, quando policiais encontraram em sua casa R$ 87 mil em espécie. Atila ficou detido até o dia 15 de junho, foi solto por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), mas teve os direitos políticos suspensos pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região em caráter liminar.

Com a demissão de Bell, apenas a mulher de Atila, Andreia Rolim Rios, segue na administração – é secretária de Política para Mulheres –, porém sua exoneração deve sair até amanhã. Na sexta-feira, Alaíde havia dispensado Márcio de Souza (PSB) da chefia de Gabinete e da Secretaria de Comunicação.

“A família Damo não teve a coragem de tratar o tema de agora (crise com Atila), mas teve coragem de vir para a gente e pedir apoio no momento em que a Vanessa (Damo, ex-deputada estadual do MDB) mais precisou. Ali ela teve coragem de pedir abrigo e a gente deu”, prosseguiu Bell, ao relembrar o processo de separação de Vanessa e a nomeação dela como secretária de Relações Institucionais. “Eles também precisam se lembrar de outra coisa: o Atila foi eleito pelo povo. Esse governo que aí está é de gabinete, não houve as demandas de Mauá. Falo na condição de morador de Mauá que sou, não de agente político.”

Antônio Carlos contemporizou as declarações de Bell. “Acho que é uma posição dele, não do partido. O PSB é um partido aliado, contamos com ele, que tem nos ajudado de diversas formas, inclusive em algumas emendas. Pelo meu entendimento a prefeita está tomando somente medidas administrativas.”

Gaspar pagará hoje fiança de R$ 85 mil

A defesa do ex-secretário de Governo e de Transportes de Mauá João Gaspar (PCdoB) transferiu para hoje o pagamento de R$ 85 mil de fiança estipulada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região para soltura do comunista.

Advogado de Gaspar, Roberto Guimarães alegou que não havia data certa para a quitação dos valores impostos pela Justiça e que, por isso, resolveu aguardar 48 horas desde a saída do comunista do presídio para transferir o dinheiro.

“Não havia uma data certa para a entrega do valor, então entendemos que há uma brecha para pagarmos em 48 horas. Vamos manter o foco para conseguir juntar o valor pedido na fiança”, disse o advogado.

Apesar de ainda não ter efetuado o pagamento da fiança, Gaspar entregou seu passaporte em juízo, outra determinação imposta pelo TRF-3. Além disso, o ex-secretário está impedido de retomar sua função pública e até mesmo de frequentar as dependências da Prefeitura.

Ainda conforme Guimarães, na semana que vem advogados que compõem a defesa desse caso vão se reunir para definir a estratégia jurídica. A tendência é seguir o que o prefeito afastado de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), fez: pedir reconsideração das medidas restritivas.

Gaspar foi preso no dia 9 de maio, no âmbito da Operação Prato Feito, porque policiais encontraram em sua residência quase R$ 600 mil em espécie. Ele também é apontado como operador de esquema que fraudava contratos da merenda escolar. O comunista nega as acusações. (com informações de Daniel Tossato) 




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