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Asia teme mudanças após eleiçoes russas
Do Diário do Grande ABC
14/03/2000 | 10:57
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Os países da Asia observam com atençao a eleiçao presidencial russa, e esperam que nao haja grandes mudanças em Moscou, de modo a alterar o importante papel deste país para o continente.

A maioria dos países asiáticos está otimista com relaçao à manutençao de suas relaçoes com Moscou, já que o presidente interino Vladimir Putin é o grande favorito para as eleiçoes de 26 de março.

Na China, acredita-se que os sólidos vínculos estabelecidos com a Rússia deveriam ser reforçados com a vitória de Putin. Até agora, Pequim vinha se recusando a tomar posiçao em relaçao à campanha eleitoral russa, apesar de apoiar a política de linha-dura aplicada na Chechênia contra os independentistas.

O apoio chinês à estratégia de Putin em relaçao à Chechênia é conseqüência lógica dos encontros do ano passado, entre os presidentes Yeltsin e Jiang Zemin, sobre a criaçao de um ``eixo estratégico'.

Por outro lado, o Japao deverá entrar num terreno diplomático muito mais delicado em relaçao à Rússia. Os especialistas japoneses antecipam um desenvolvimento regular dos vínculos bilaterais, ao mesmo tempo em que reconhecem que qualquer mudança política na Rússia é pouco provável.

Por precauçao, Tóquio já convidou Putin ao Japao, para antes da Cúpula do G8, prevista para Okinawa, em julho, enxergando sua futura vitória nas eleiçoes.

Obuchi espera que Putin respeite o acordo de novembro de 1997 entre o presidente Yeltsin e o chefe de governo japonês, da época de Ryutaro Hashimoto sobre a assinatura de um tratado de paz entre os dois países, em que se comprometiam a resolver suas diferenças territoriais sobre as ilhas Curilas.

No entanto, o compromisso japonês em relaçao ao sistema de defesa antimísseis que os Estados Unidos querem instalar na Asia poderia constituir um problema.

No final de fevereiro passado, a Rússia expressou sua ``grande preocupaçao' em relaçao a este projeto, que segundo Moscou poderia reativar a corrida armamentista.

Tal como o Japao, a Coréia do Sul antecipa uma vitória eleitoral de Putin e aposta pela continuaçao do apoio de Moscou à sua política de diálogo com a Coréia do Norte.

No Sul da Asia, as frias relaçoes entre Rússia e Paquistao deverao continuar, seja qual for o resultado da votaçao russa.

Da parte do Vietna, nao houve comentários em relaçao às eleiçoes russas, mas Hanói deve dar seu apoio a Putin, se for considerada a calorosa recepçao ao chefe da diplomacia russa em janeiro.

O chefe da diplomacia russa, Vladimir Ivanov, designou o Vietna como ``um dos mais importantes associados estratégicos da Rússia no Sudeste asiático e na regiao da Asia às margens do Pacífico'.

No resto do Sudeste da Asia, as eleiçoes russas apresentam um interesse limitado. Inclusive no Camboja, que teve um regime comunista, o resultado da eleiçao nao é considerado como de importância particular.




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