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Pacotão de obras de Mauá 'emperra'
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
14/07/2005 | 07:57
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Passados seis meses do início da gestão do prefeito interino de Mauá Diniz Lopes (PL), o pacotão de obras herdado da administração de Oswaldo Dias (PT) ainda não foi entregue. Os R$ 15 milhões previstos são destinados à construção do bulevar, que liga o bairro Matriz ao Centro da cidade, e de três ginásios poliesportivos. O secretário municipal de Obras, Admir Jacomussi, nega boicote da atual gestão na conclusão dos trabalhos.

Segundo o secretário, os problemas são distintos e fazem com que as obras caminhem em ritmo lento. Para cada uma delas, ele apresentou uma explicação. A principal obra reivindicada pela população é a do bulevar, prevista para ser inaugurada no fim do ano passado. A nova data prometida é agosto deste ano, após a instalação da iluminação e de floreiras.

No entanto, os comerciantes não pretendem esperar esse tempo. Dizem que se a abertura do calçadão da avenida Capitão João não ocorrer em 10 dias, vão inaugurá-lo com golpes de marreta, abrindo os tapumes que hoje impedem os acessos ao bulevar. Os comerciantes alegam que o calçadão está "às moscas" e que, por conta disso, vários estabelecimentos já fecharam desde outubro de 2003, quando as obras tiveram início.

O secretário de Obras isenta a Prefeitura de culpa e diz que o atraso se deve aos quatro longos meses de negociações com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A CPTM tinha de interromper o trânsito de trens por algumas horas para que a ligação entre as partes alta e baixa da cidade fosse concluída.

Jacomussi diz que o atraso do Poliesportivo Celso Daniel, anexo ao Paço Municipal, é decorrente de suposta falha no projeto. A empresa contratada pela administração petista para realizar a obra teria subdimensionado o volume de material necessário para o projeto. Foram gastos R$ 4,9 milhões no ginásio, R$ 1 milhão a mais do que havia sido previsto inicialmente, e haveria ainda muito o que ser feito.

No fim do ano passado, o ex-prefeito Oswaldo Dias inaugurou às pressas o poliesportivo ainda inacabado, batizando-o com o nome do colega de partido morto, Celso Daniel. A atual administração diz que está fazendo novo estudo para, depois, abrir nova licitação para conclusão das obras. A expectativa é de que dentro de dois meses o processo esteja concluído para que até o fim deste ano o ginásio finalmente abra as portas para a população. A atual administração estima que entre R$ 350 mil e R$ 400 mil sejam necessários para a conclusão dos trabalhos.

Com outros dois ginásios, na Vila Vitória e no Parque das Américas, o problema, segundo Jacomussi, teria sido o ritmo lento das empreiteiras que venceram a concorrência pública para executar as obras. Desde março deste ano, nenhum operário trabalha na construção dos ginásios.

"À noite tem gente que fica aí. Dá medo", diz uma vizinha ao ginásio da Vila Vitória que não quis se identificar. Em um dos vestiários do poliesportivo, a reportagem encontrou preservativos espalhados no piso. "Para conseguir concluir esses projetos, vamos 'enxugá-los'. Coisas supérfluas não serão feitas, como quadras abertas e pista de cooper. Vamos nos concentrar no ginásio", avalia Jacomussi.

Herança – Questionado sobre as acusações da atual administração sobre a herança de obras deixadas pela administração do petista Oswaldo Dias, o presidente do partido em Mauá, vereador José Luis Cassimiro, afirmou que os projetos respeitaram a lei de responsabilidade fiscal, que não permite que o município gaste mais do que arrecada. Ele diz que a administração passada deixou reserva para a conclusão das obras, como exige a mesma lei.




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