Setecidades Titulo Saúde
Região começa a 2ª etapa
da vacinação contra HPV

Na primeira fase da campanha, ao todo 56.370
meninas entre 11 e 13 anos foram imunizadas

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
01/09/2014 | 07:00
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Arquivo/DGABC


A partir de hoje até o dia 30, as secretarias de Saúde do Grande ABC iniciam a aplicação da segunda dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano) em meninas com idade entre 11 e 13 anos. O HPV é o principal causador de câncer de colo do útero, doença que, segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), registrará 15 mil novos casos no País em 2014 – o número estimado de óbitos é de 4.800.

A primeira etapa da vacinação ocorreu em março e, nas sete cidades do Grande ABC, de um total de 62.209 adolescentes nesta faixa etária, 56.370 foram imunizadas, o que representa 90,6% de cobertura.

A terceira dose, que funciona como um reforço, deverá ser aplicada cinco anos após a primeira. “É preciso tomar todas as doses, pois só assim a proteção contra o vírus é integral”, destaca o ginecologista do Hospital Christóvão da Gama Salomon Katz.

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para o filho no momento do parto. Inicialmente assintomática, a infecção pode evoluir para lesões de pele e mucosas e, em alguns casos, também ocasiona o surgimento de verrugas genitais. Quando não tratadas corretamente, podem evoluir para quadro de câncer genital.

Em Santo André, a Secretaria de Saúde estará concentrada na imunização das cerca de 15 mil adolescentes que vivem na cidade – o município vacinou 14.784. Além das unidades de Saúde, 93 escolas, entre públicas e particulares, contarão com ações de vacinação.

No município de São Bernardo, das 18 mil garotas, 16.926 foram imunizadas. Enfermeiras das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) irão às escolas municipais e privadas aplicar a segunda dose.

Em São Caetano, a expectativa é vacinar cerca de 3.500 meninas (aproximadamente 4.200 residem na cidade).

Diadema vacinou 8.396 meninas, em um universo de 10.600.

Em Mauá, das 10.680 adolescentes da cidade, 9.404 foram vacinadas.

Ribeirão Pires imunizou 2.316 jovens (de um total de 2.520) e Rio Grande da Serra, 1.044 meninas (das 1.209 na faixa etária). Em todos os locais, é preciso apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação.

A vacina contra o HPV é fruto de PDP (Parceria para o Desenvolvimento Produtivo) entre o Instituto Butantan e o laboratório farmacêutico MSD. A compra é feita por R$ 31 a dose, cerca de 90% a menos do que o produto custa no mercado, o que permitirá economia de aproximadamente R$ 200 milhões aos cofres públicos até 2019.

Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas de 9 anos.

Médico ressalta a importância de orientar os pais das pré-adolescentes

Na primeira fase da campanha foi constatada, em alguns casos, resistência dos pais na hora de vacinar suas filhas, principalmente nas ações realizadas nas escolas. Em Mauá, por exemplo, 10% dos pais assinaram termo de recusa nas unidades de ensino, o que aconteceu também em outras cidades. Entre os motivos estão o fato de se tratar de pré-adolescentes, que poderiam ser incentivadas a iniciar a vida sexual mais cedo.

O ginecologista do Hospital Christóvão da Gama Salomon Katz ressalta que as escolas deveriam promover palestras com os familiares para alertar sobre a importância da imunização contra o HPV. “Seria necessário realizar esses encontros com médicos para mostrar a experiência das campanhas mundiais. Antes, as pessoas morriam e não se sabia o porquê. De 1980 para cá foi descoberto que o câncer de colo do útero é causado pelo vírus HPV.”

Esse é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal, e a terceira causa de morte de mulheres pela doença no Brasil.

Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do problema. Em relação ao câncer de colo do útero, estudos apontam que 270 mil no planeta morrem devido à patologia.  




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