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Comércio reforça proteção antifurto
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
07/09/2006 | 20:34
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Alto valor, tamanho reduzido e facilidade de revenda no mercado paralelo são características comuns entre os produtos furtados nas lojas de departamento e supermercados do país. O levantamento realizado pela NEO (Núcleo de Etiquetagem de Origem), formado pelas principais redes de varejo do Brasil, revela que entre os 150 produtos de alto risco de furtos no varejo estão eletroeletrônicos, uísque importado, aparelhos de barbear, cremes hidratantes e brinquedos. Itens inusitados como azeite, salame e bacalhau também estão inclusos na lista. Ao todo, os furtos representam 2,4% dos prejuízos sobre as vendas no varejo.

A pesquisa foi feita entre os meses de janeiro e abril, com base na compilação dos dados fornecidos pelas 34 lojas que fazem parte do núcleo, como Wal-Mart, Pão de Açúcar e Lojas Americanas. Segundo o presidente do Neo, Paulo Polesi, é a primeira vez que os números sobre produtos furtados são compartilhados pelas empresas. “Agora, podemos mapear os itens e tomar medidas específicas para evitar o furto. Como a implantação de barreiras fazem com que os ladrões passem a roubar outras mercadorias, teremos que fazer esse levantamento com freqüência”, explica Polesi.

Sobre os produtos, o presidente do núcleo observa que itens como bacalhau e picanha não representam um grande prejuízo, pois são utilizados, normalmente, para consumo próprio. Por outro lado, mercadorias como o azeite abastecem o mercado paralelo. “Já identificamos uma gangue que recebia encomendas de azeite”, conta.

Etiquetagem – Com o levantamento, o NEO quer mostrar às empresas e aos fabricantes a importância das etiquetas antifurto. No processo chamado de etiquetagem de origem, tais etiquetas são colocadas nas mercadorias durante a produção, embalagem ou distribuição, para não serem retiradas por clientes ou funcionários. No sapato, por exemplo, a etiqueta é implantada na sola.

De acordo com Paulo Polesi, mais de 50 fornecedores da indústria e varejo já etiquetam seus produtos na fase de produção. “A meta do núcleo é que, até 2008, pelo menos 150 fornecedores adotem a etiquetagem de origem”, ressalta. Polesi explica que o processo já reduziu as perdas em até 40% e aumentou a venda de algumas categorias em 25%. “Quando o produto tem etiquetagem de origem, ele não precisa ficar protegido em estantes fechadas, que dificultam a exposição. As prateleiras normais além de não inibirem o consumidor, estimulam as compras por impulso “, ressalta Polesi.

No Brasil, o recurso já existe em produtos como cigarros, bijuterias, óculos de sol, ferramentas elétricas, DVDs, aparelhos de DVD, suprimentos de informática e protetores solares. As etiquetas seguem um padrão internacional e já são adotadas por muitas empresas dos Estados Unidos, Inglaterra e México. A previsão é que, até o final do ano, 4,7 bilhões de produtos no mundo estarão protegidos pela etiqueta de origem.



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