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VW e Sindicato negam ação de Dilma
Por William Glauber
Do Diário do Grande ABC
07/09/2006 | 20:32
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O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) e a Volkswagen do Brasil rechaçaram rumores de que o governo federal teria desempenhado papel central no desfecho da greve dos trabalhadores da fábrica Anchieta, em São Bernardo, encerrada na última segunda-feira – dia 4. Informações ventiladas quinta-feira atribuíram à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pressões para o encerramento da paralisação.

Segundo reportagem publicada quinta-feira no jornal Folha de S.Paulo, a ministra procurou a cúpula da montadora para solicitar a suspensão das 1,8 mil demissões, anunciadas no dia 29 do mês passado. Na última segunda-feira, antes da assembléia dos trabalhadores, Marinho também teria pressionado a empresa, que recuou e suspendeu os desligamentos. Para os ministros, cortes e greve tornaram-se munições contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A interferência do governo federal no processo de negociação entre sindicato e empresa pode revelar um capítulo oculto da crise na Volks. Na segunda-feira, os trabalhadores foram informados pelo sindicato de que a montadora havia solicitado o fim da greve e, em contrapartida, os representantes teriam exigido a suspensão das demissões para  suspender a paralisação.

Na última assembléia, os sindicalistas disseram que a empresa havia sido surpreendida pela “força” do movimento, mas vale destacar que, no ano passado, os trabalhadores da Anchieta permaneceram em greve durante 26 dias por PLR (Participação nos Lucros ou Resultados). “A empresa começou a acreditar que não estamos brincando. Ela não acreditava que a greve teria o efeito que teve”, afirmou aos grevistas o vice-presidente do Comitê Mundial de Trabalhadores da Volkswagen, Wagner Santana, o Wagnão.

Reunido quinta-feira com a direção da Volks para negociar o plano de reestruturação, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Francisco Duarte de Lima, o Alemão, disse que o governo colaborou ao suspender o empréstimo de R$ 497,1 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Não acredito nisso (intervenção de ministros), até porque o governo já fez o que tinha para fazer (suspender o empréstimo)”, frisou Alemão.

A diretoria de Assuntos Corporativos da Volkswagen do Brasil desmentiu “categoricamente” qualquer imposição do alto comando do governo federal na resolução da greve dos trabalhadores.



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