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Um ano depois, ministro saudita nega participação em atentado
Da AFP
10/09/2002 | 08:33
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Um ano depois dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos, a Arábia Saudita se empenha em negar toda responsabilidade nestes atentados, nos quais a maioria dos autores diretos eram súditos do reino.

Depois dos atentados, o reino saudita foi alvo de acusações formuladas por meios de comunicação ocidentais, principalmente norte-americanos, pelos grupos de solidariedade com as vítimas e, segundo ministros sauditas, pelo "lobby" judeu.

Qualificado de "inimigo" pelo próprio Pentágono, enfrentando ações de parentes das vítimas, que reclamam US$ 3 bilhões, e estigmatizado por ser o país de Ossama bin Laden e da maioria dos autores dos ataques, o reino saudita nunca parou de desmentir as acusações.

O ministro saudita de Defesa, Sultán Ben Abdel Aziz, reafirmou nesta terça-feira que a Arábia, país do qual são oriundos 15 dos 19 autores dos atentados de 11 de setembro, não assume nenhuma responsabilidade pelos ataques.

"Se súditos sauditas e outros abandonam a doutrina do Islã e seu nacionalismo, assumem eles sozinhos a responsabilidade e não o reino saudita", declarou o príncipe Sultán.

As acusações nos Estados Unidos foram dirigidas concretamente contra as agências islâmicas de caridade sauditas, principalmente de financiar a rede Al Qaeda através da coleta de recursos. Várias delas, assim como seus dirigentes ou o empresário Wael Hamza al Julaidan, chefe de Rabita Trust, foram inscritos em listas negras norte-americanas.

Com a chegada do 11 de setembro, o reino saudita aumentou suas ações para desvirtuar toda implicação nos atentados ou em algum tipo de colaboração com a rede Al Qaeda.

No último sábado, o ministro saudita do Interior, Nayef Ben Abdel Aziz, defendeu Julaidan e desmentiu a afirmação dos Estados Unidos de que Riad teria colaborado nas ações contra Julaidan e reclamado provas sobre sua implicação.

No final de agosto, a Arábia Saudita contratou influentes conselheiros e pagou publicidade em rádio e televisão, num investimento de mais de US$ 5 milhões para melhorar sua imagem nos Estados Unidos, segundo informou o New York Times.

Em Riad, a imprensa, que assumiu a posição oficial, propôs a organização de um fórum para debater as causas dos atentados de 11 de setembro.

Entretanto, dois chefes de redação e editorialistas foram afastados de seus cargos por ir longe demais nas críticas.




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