Política Titulo Crise política
Idosos comparecem a atos contra e pró-impeachment
Vitória Rocha
Especial para o Diário
24/04/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC:


Em meio a balões, sejam eles vermelhos ou verdes e amarelos, crianças, adultos e jovens, as manifestações contra e pró-impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), vêm sendo tomadas por um outro público: o dos idosos.

Só no ato que lotou a Avenida Paulista no dia 13 de março, 40% dos manifestantes tinham idade superior a 51 anos, segundo o Datafolha. Imagem que parece se repetir nos atos da esquerda que, mesmo sem números concretos, também são ilustrados pelos típicos cabelos brancos.

Educadora e psicóloga aposentada e integrante do Grudis (Grupo de Discussão da Terceira Idade), Ronilde Rocha, 65 anos, esteve na manifestação contra o impeachment no domingo, no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo. “Estou nesta luta (em defesa da democracia) desde a época da ditadura (1964-1985), quando estudava psicologia na USP. Já queria estar aposentada da luta, mas a gente volta cada vez que a democracia corre perigo novamente. Qualquer solução para o País deve ser encontrada por meio de uma saída democrática”, avaliou.

A opinião de Ronilde é endossada pelo produtor cultural e atualmente estudante do 1º semestre de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo Daniel Santos, 66. “Eu participei da (mobilização contra a) ditadura militar, fui da resistência. Fui preso quatro vezes e psicologicamente torturado para delatar grupos, mas, como não participava de nenhum, eu me recusava a falar. Atualmente, fui nesses atos por ser contra o impeachment que está sendo armado por uma direita fascista. É uma maneira fácil de o PMDB chegar ao poder”, disse.

De uma posição contrária, mas também com vontade de participar do dia a dia da política atual, a advogada aposentada Vera Torquato, 67, diz querer ser parte da mudança do País. “Eu sempre acompanhei a política, desde meus 30 anos, só que hoje em dia eu estou percebendo caminhos errados para os quais ela está indo e acho que tenho que fazer a minha parte. Acho que está na hora de mudar e de se pensar em um Brasil novo voltado para coisas que a população precisa e não de demagogia deste governo. Ensinar a pescar e não dar o peixe. Os que são mais novos precisam de bons exemplos porque são eles que vão cuidar de nós, idosos.”

Sem nunca ter atuado antes em outros movimentos sociais, o autônomo Osvaldo Gigek, 60, presente nos atos a favor do impeachment como Vera, também conta que sentiu a necessidade de participar da discussão política. “Tenho ido (nas manifestações) porque eu não quero que o nosso País se torne um país comunista. Na época do (impeachment do ex-presidente, Fernando) Collor não fui porque eu tinha três empregos. A minha filosofia é bem clara: sou liberal e democrática. Sou completamente contra esse tipo de programa social e assistencialista. O governo tem que incluir um plano para que as pessoas caminhem por suas próprias pernas”, relatou. 




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