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Vodca pela vagina e ânus são as mais novas bizarrices alcoólicas
Por Marcela Munhoz
24/04/2011 | 07:15
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Como se não bastasse jogar vodca nos olhos para ficar bêbado mais rápido, jovens da Alemanha inventaram outra forma bizarra de conseguir o mesmo efeito: estão encharcando absorventes íntimos na bebida e colocando na vagina ou ânus. Não, você não leu errado. Chamada de slimming, a moda também chegou à Escandinávia e aos Estados Unidos. O objetivo é usar a tática para não ficar com ‘bafo' e burlar a fiscalização dos pais.

Lenda ou não, a ideia não deve nem ser considerada. "Há glamurização e muitos querem repetir o que ouvem e veem. É perigoso", alerta Carlos Salgado, psiquiatra e presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas).

Segundo Marcelo Iampolsky, professor de Hebiatria da Faculdade de Medicina do ABC, atos como esses podem trazer consequências gravíssimas e imediatas, como inflamações, infecções, feridas e úlceras nas partes íntimas, chegando a virar lesões cancerígenas. Também aumenta o risco de contrair DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) pelas feridas que a bebida pode causar. Para se ter uma ideia, nem os médicos usam substâncias com álcool na vagina e ânus durante os procedimentos cirúrgicos.

O slimming até faz com que a bebida chegue mais rápido à corrente sanguínea porque não passa pelo processo digestivo, além da vagina e ânus possuírem muitos vasos sanguíneos, mas quando entra em contato com o corpo - por onde quer que seja - o álcool pode ter efeito devastador (mais ou menos grave, dependendo da pessoa).

Nos ‘esquentas', quando tem ingestão de bebida antes da balada, já há agressão aguda ao tecido nervoso", ressalta o psiquiatra. Como afeta o cérebro, a bebida pode provocar perda de atenção, memória, reflexo e noção da realidade. Com o aumento da dose, dá sono e até coma alcoólico. "Quanto mais cedo a pessoa bebe, mais cedo se acostuma. Assim nasce a dependência pelo alcoól", explica Salgado.

Corpo demora para metabolizar

Desde o momento em que o álcool entra no organismo até ser eliminado, há um longo processo. O órgão responsável por receber a bebida e ‘entender' por que ela está ali é o fígado. Ele tem a capacidade de metabolizar, em média, uma dose por hora (uma lata de cerveja de 360 ml, por exemplo, e 40 ml de bebida destilada, como vodca).

Mesmo que receba grande quantidade de álcool em pouco tempo, o organismo vai trabalhar no seu ritmo e demorar as horas necessárias para metabolizar a substância. Enquanto o fígado toma conta de uma latinha, o resto da bebida circula pelo corpo causando alterações e danos em diferentes órgãos. Isso quando ingerida pela boca. Dá para imaginar os efeitos quando vai direto para a corrente sanguínea?

Dentre as doenças que podem surgir com o alcoolismo estão gastrite, hepatite crônica, cirrose, hipertensão arterial, diabetes. A substância altera a imunidade, abrindo a porta para outras doenças.

Outras Formas

Há tempos que inconsequentes inventam maneiras de ficar bêbados mais rápido, inclusive injetando conhaque na veia. Até o nariz não escapa. Há um bar em Nova York, o Alcoholic Architecture, cujo ambiente é preenchido com vapor de gim e tônica. A ideia é fazer com que os clientes se sintam dentro da própria bebida.

Mais recentemente surgiu a prática do vodca eyeballing (vodca no olho). Acredita-se que começou nos Estados Unidos inspirada em garçonetes que usavam o truque para ganhar gorjetas. Outros acham que surgiu em Londres como jogo alcoólico. O fato é que jovens de Campinas - inspirados em vídeos postados do YouTube (inclusive do vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz) - tiveram consequências graves. Um perdeu 90% da visão e o outro precisou passar por severo tratamento.

De acordo com especialistas, a prática não tem como deixar ninguém bêbado porque o líquido não consegue ultrapassar o globo ocular. O máximo que a bebida consegue é matar as células da córnea e conjuntiva, diminuindo ou acabando com a visão.

Tem Mais

A cerveja é produzida por fermentação com teor alcoólico de cerca de 8%. Já os destilados, como uísque, pinga e vodca apresentam teores mais altos, que podem chegar a 45%.

Durante a gravidez, o álcool pode causar sérias deficiências físicas e mentais no feto, assim como uma predisposição ao consumo de álcool na vida adulta.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) mostra que brasileiros consomem 18,5 litros de álcoolpor ano, sendo o quarto país que mais consome nas Américas.




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