A crise continua acelerando forte nas pistas da Fórmula 1. O medo da avalanche econômica faz com que patrocinadores tirem o pé do acelerador. Como consequência, equipes tradicionais das pistas começam a derrapar.

A bola da vez é a Renault. São cada mais fortes os boatos de que a montadora francesa vai se retirar das pistas em 2010. Além disso, o principal patrocinador do time francês, o Banco ING (de origem holandesa), anunciou que irá rever os valores destinados ao grupo comandado por Flavio Briatore no meio da temporada.

O site Bloomberg, especializado em noticiário econômico, divulgou que o banco reduzirá 40% da verba da Renault para equalizar os prejuízos registrados de 2008, além de outras medidas administrativas e a demissão de 7.000 funcionários. Além da Renault, a empresa dá nome a quatro Grande Prêmios na Europa.

A onda de más notícias para a Renault teve início na última semana, quando Bernard Rey, presidente da escuderia, declarou que a equipe teria "todo o apoio do Grupo Renault durante este ano", mas não entrou em detalhes sobre a temporada seguinte. Os jornais espanhóis imediatamente interpretaram a frase com um aviso de que o investimento deverá ser cortado em 2010.

Além disso, a Renault cortou 100 postos de trabalho na fábrica de Enstone, na Inglaterra, outro indicativo de que as coisas não andam bem para os franceses.

A crise poderá afetar a Williams, uma das mais tradicionais equipes da Fórmula 1 e que não conta com o apoio de nenhuma grande montadora.

O diretor executivo do time de Frank Williams, Adam Parr, afirmou ao jornal "Financial Times", que a equipe chegou ao seu limite financeiro. "Acho que seria justo dizer que chegamos a um ponto onde um novo empréstimo não seria aceito pelo grupo", declarou.

Novidade - Ontem, o chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, sinalizou com a possibilidade de as equipes poderem alinhar três carros nos grids da categoria. A medida teria como principal intuito evitar a queda no número de participantes nas corridas.

Até a temporada passada, eram 20 carros. Se a Honda não encontrar um comprador para seu espólio, serão apenas 18 e Ecclestone quer evitar isso.

"É melhor ter 20 carros no grid e não importa se eles estarão nas mãos de montadoras ou de particulares, isto não faz nenhuma diferença", afirma Ecclestone.