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Servidores federais ameaçam greve
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
10/01/2008 | 07:05
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Os servidores públicos federais estão ameaçando deflagrar greve no fim do mês caso o governo federal confirme o corte do reajuste para seus funcionários com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira). O setores que devem ser mais afetados são Educação e Saúde.

“Já houve vários discursos nessa linha, só ainda não temos a confirmação oficial”, disse o diretor-executivo da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Ronaldo da Silva.

“O que sabemos, os concursos, com um orçamento de R$ 1,8 bilhão, já foram cortados e também será prejudicial para os setores que precisam de profissionais”, explica o dirigente.

No próximo dia 23, sindicalistas se reunirão com integrantes do Ministério do Planejamento e esperam sair com uma resposta sobre o aumento salarial da categoria que está no projeto do orçamento deste ano.

Segundo Silva, durante todo o ano de 2007 foram feitas negociações. O acordo acertado entre a categoria e o governo é de R$ 3,9 bilhões para reestruturação das carreiras e correção salarial.

“Não podemos jogar isso fora. E também não aceitamos que o fim da CPMF atinja o servidor que nunca teve o salário pago com essa verba”, reclama o sindicalista.

O servidores federais estão sem aumento desde 2006, mas nos anos anteriores do governo Lula também não houve reajuste salarial. “Agindo dessa forma, o governo não nos deixa alternativa a não ser a greve.

Queremos que ele cumpra minimamente o acordo construído no último ano” diz Silva. “Se isso não acontecer, vai pegar muito mal para um governo que veio do movimento sindical”, completa.

A CUT manifesta apoio ao Condsef e também espera que o governo não rompa o acordo. “Não concordamos com esse corte. 2007 foi um ano muito produtivo no que diz respeio a negociação entre gestores públicos e entidades sindicais com a criação de uma mesa permanente para debate entre as partes”, conta Denise Motta Dau, secretária nacional de organização da central.

Para Denise, esse debate ilustra a importância da ratificação da convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que regulamenta a negociação sindical entre servidores públicos e governos.

“Hoje, o acordo só é feito verbalmente. Não há uma oficialização disso, com aprovação do Congresso como teria de ser”, afirma.




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