As universidades federais da região realizam amanhã a segunda assembleia de professores desde o início da greve, que completa 68 dias. Os docentes da UFABC (Universidade Federal do ABC) se reunirão às 10h no campus Santo André, enquanto a reunião da Unifesp, que inclui o campus Diadema, será realizada às 11h, na Capital. Os grevistas debaterão a proposta modificada e apresentada pelo governo na terça-feira ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior).

A nova proposta mantém a valorização da dedicação exclusiva e da titulação de doutor e amplia o reajuste dos docentes sem doutorado. O aumento mínimo concedido passa a ser de 25%, sendo que na oferta anterior era de 12%. Os benefícios serão aplicados em março de 2013, de 2014 e de 2015 e antes ocorreriam em julho, maio e março. Na visão do Andes, isso só aumenta os recursos disponíveis, de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,2 bilhões em três anos, mas mantém a carreira desestruturada.

O presidente da Adufabc (Associação dos Docentes da UFABC), Armando Caputi, destaca que ainda é cedo para dar parecer sobre o documento. O comando local de greve se reuniu ontem e pretende se encontrar hoje para avaliar a proposta.

Já a presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), Virgínia Junqueira, comenta que o governo insiste em dividir os professores em classes, apesar de terem aceito redução de 17 para 13 os níveis, a partir de 2013, e de retirar a restrição de que apenas 20% dos educadores podem virar titulares. A reivindicação continua a ser por uma proposta organizada e que discuta a reestruturação da carreira, segundo a docente.

Na quarta-feira, às 21h, haverá outra reunião para que as entidades possam dar parecer ao governo sobre a continuidade ou não da greve.