O vento gelado e a garoa não espantaram os amantes da cultura japonesa que ontem acompanharam a oitava edição do Tanabata Matsuri, também conhecida como Festa da Estrelas, na Vila Assunção, em Santo André. A Rua Santo André ficou parcialmente interditada sábado e ontem, por onde circularam, nos dois dias, cerca de 10 mil pessoas.

O evento comemora o encontro de um casal apaixonado que foi transformado em estrela e só podia se rever uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, com a condição de atender todos os desejos vindos da Terra. Por isso, uma das principais atrações da festa é a árvore onde as pessoas penduram pedidos em pedaços de papel, os chamados tankazu. No fim da cerimônia, é feita uma fogueira para que as querências se transformem em cinzas e alcances as estrelas.

Descendentes orientais marcaram presença no evento, mas tem crescido a participação de brasileiros sem raízes nipônicas. "Japão está na moda. A maioria procura bastante nossa culinária. Temos de aproveitar o momento para difundir essa tradição", disse o vice-presidente da Sociedade Cultural ABC, Osmar Akira.

Há oito anos, a festa era realizada apenas no interior da sede da entidade, na mesma rua. Com apoio da Prefeitura e crescente participação popular, a via foi tomada por barraquinhas que comercializam artesanatos, comidas típicas e também brasileiras. Ao fim da rua, próximo à Igreja Matriz,palco foi montado para apresentação de danças orientais.

Na sede, localizada no número 661, além de variedade de pratos também foram oferecidas oficinas de origami (arte com papel), furoshiki (artesanato com tecidos e nós, sem costura, que viram bolsas) e kebana (arranjos florais). Um professor de judô fez apresentações da arte marcial ao público interessado.

Pela quarta vez na festa, o prefeito Aidan Ravin (PTB), que também compareceu no sábado, levou a família para o evento. "Já virou marco em Santo André e entrou para o calendário oficial. É importante que essa integração cultural seja referência na cidade."