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Xiitas vencem eleições no Iraque
Da AFP
13/02/2005 | 15:57
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A lista xiita apadrinhada por aiatolá Ali Sistani venceu as eleições legislativas iraquianas com 48,1% dos votos. Eles representam 20% da população do Iraque.

A lista da Aliança Unificada iraquiana obteve 4.075.291 votos, de um total de 8.456.266, segundo os resultados definitivos anunciados pela comissão eleitoral neste domingo.

Em segundo lugar ficou a Aliança Curda com 2.175.551 votos (25,7%).

A lista do primeiro-ministro Iyad Alawi obteve 1.168.943 votos (13,8%).

A taxa de participação nas eleições gerais iraquianas de 30 de janeiro foi de aproximadamente 59%.

Segundo números da comissão eleitoral, votaram 8.456.266 eleitores de um total de 14,2 milhões de inscritos.

Esta foi a primeira eleição livre do Iraque em 50 anos.

"Hoje é o nascimento de um Iraque novo e democrático", disse o encarregado da comissão, Farid Ayar, que explicou que o atraso da divulgação dos resultados se devia à vontade da comissão de "verificar bem" os votos.

Outro responsável, Adel al Lami, começou em seguida a dar os resuldados das eleições para os conselhos de 6 das 18 províncias.

Três políticos xiitas da lista apadrinhada pelo aiatolá Ali Sistani, que venceu as eleições no Iraque, se destacam como candidatos com grandes chances de chegar ao cargo de primeiro-ministro.

A esmagadora vitória da lista da Aliança Unificada Iraquiana reduz consideravelmente as chances de o primeiro-ministro Iyad Alaui, de orientação xiita, permanecer no cargo, sobretudo porque a coalizão curda está à frente da sua nos resultados.

Além do líder curdo Jalal Talabani, que aspira ao cargo, dois líderes xiitas são sérios candidatos: o atual ministro das Finanças, Adel Abdel Mahdi, e o vice-presidente Ibrahim Jaafari.

Abdel Mahdi é uma das principais figuras do CSRII (Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque), ligado ao Irã, mas seu discurso moderado durante a campanha eleitoral o catapultou para o primeiro plano.

Sua campanha a favor de uma economia de mercado no Iraque, baseada na descentralização e no desenvolvimento do setor privado, é vista com bons olhos pela administração americana ultraliberal.

Ibrahim Jaafari, por sua vez, não esconde suas ambições e aspira a se tornar o primeiro dirigente do país eleito democraticamente.

"Deixei tudo pelo meu país. Se o povo pensa que posso servi-lo, estou disposto (a fazê-lo)", disse este médico, que viveu muito tempo na Grã-Bretanha.

Seu partido, o Dawa, é respeitado pelos xiitas porque tomou armas para enfrentar o regime do ditador deposto Saddam Hussein nos anos 80 e as pesquisas de opinião realizadas após a invasão do país, em março de 2003, mostram que ele é um dos políticos mais populares.

Outro xiita, Hussein al Chahrastani, também é considerado um bom candidato a primeiro-ministro. Preso durante 10 anos em Abu Ghraib, sob o regime de Saddam Hussein, ele se apóia na estreita relação com Ali Sistani.

A ONU (Organização das Nações Unidas) havia antecipado em junho o nome deste especialista nuclear, um leigo convicto, como candidato ao cargo finalmente ocupado por Alaui.

Chahrastani quer que a comunidade sunita se envolva também no processo político pós-eleitoral.

Embora a orientação política dos três seja xiita, eles descartam a possibilidade de instaurar no Iraque uma teocracia como a do vizinho Irã.




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