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Igreja católica do México condena pílula do 'dia seguinte'
Da AFP
27/01/2004 | 09:38
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A igreja católica do México advertiu, na segunda-feira, que poderia excomungar as mulheres que utilizarem ou promoverem contraceptivos de emergência, conhecidos como pílula do 'dia seguinte'. O medicamento, considerado pelos católicos como abortivo, foi autorizado na semana passada por autoridades sanitárias do país.

"A excomunhão seria imediata para quem fizer uso do método", ressaltou para a imprensa Jorge Palencia, presidente da comissão de Saúde da Arquidiocese do México. "Isto está no sentido comum e na doutrina de cada uma das pessoas batizadas sob os preceitos da fé católica".

Palencia pediu às autoridades mexicanas que modifiquem a autorização dos anticoncepcionais hormonais pós-coito (pílula do dia seguinte). Por sua vez, o grupo conservador Pró-Vida acusou a secretária de Saúde de promover o aborto e de estar violando à Constituição mexicana.

"Esta autorização de pílulas contraceptivas de emergência me parece uma grande imprudência. Se não for na verdade um crime", frisou Jorge Serrano, líder do grupo.

A pílula do dia seguinte é composta de hormônios (os mesmos da pílula anticoncepcional comum), só que em doses mais altas. A medicação surgiu para os casos de emergência, como quando a camisinha se rompe ou em estupros.

A pílula deve ser usada até 72 horas após a relação sexual (de preferência ainda nas primeiras 24 horas), quando sua eficácia é maior. Se a fecundação ainda não aconteceu, a pílula dificulta o encontro do espermatozóide com o óvulo. Porém, se ela já ocorreu, a pílula provoca uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado.

Para a maior parte dos especialistas, ela não é considerada abortiva. Depois de 72 horas da relação sexual, a eficácia da pílula do dia seguinte cai muito e ela pode não ser um método confiável.




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