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Eleitores não querem que Alckmin ataque
Por Lola Nicolás
Do Diário do Grande ABC
18/09/2006 | 23:26
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Faltam apenas 12 dias para as eleições e o pleito pegou fogo com a prisão de dois integrantes do PT que estariam a negociar um dossiê contra José Serra (PSDB). A Polícia Federal ainda não mostrou imagens do R$ 1,7 milhão encotrado com a dupla, mas antecipou que o material apreendido foi considerado decepcionante, até porque tudo o que os dois detidos tinham já estava há dias na internet.

Mas, só o fato de fitas de vídeo e fotos terem sido encontrados com os suspeitos já dá munição para os tucanos passarem a direcionar suas campanhas – e principalmente, os programas do horário eleitoral gratuito – para atacar o Partido dos Trabalhadores e, por tabela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas seria esta uma tática eficiente? Segundo a pesquisa da Toledo Associados/Diário, a resposta é não. Dos 1.018 entrevistados pelo instituto, 77,1% disse não à pergunta ‘Se Alckmin deve ser mais agressivo na campanha?’. Apenas 21% acreditam que o ataque possa ajudar a virar o jogo, onde Lula, segundo as intenções de voto da pesquisa da Toledo, tem 40,4% e o tucano, 29,9%.

Embora não acreditem que o ataque seja a melhor arma nas eleições, os eleitores do Grande ABC demonstram desconforto com a cascata de denúncias que pautam o governo federal. Por isso, 61% discordam da afirmação do ator Paulo Betti, que no mês passado, durante jantar entre Lula e artistas, de que “é impossível fazer política sem sujar as mãos”. Dos entrevistados, 38% concordam com o ator (política só se faz sujando as mãos) e 1% não sabe se posicionar.

Apesar dos escândalos, 68% do eleitorado regional acredita que Lula vencerá no primeiro turno; 31% dizem que não; e 1% não sabe. A provável reeleição do presidente pode estar relacionada ao fato dele ter conseguido separar a sua imagem ao do PT e, pelo menos até agora, não ter sido atingido pelos vários escândalos de corrupção. Pela pesquisa da Toledo & Associados encomendada pelo Diário nota-se que o eleitor de Lula vota nele por ele, e não pelo partido. Evidência disso está na pergunta ‘caso Lula resolvesse sair do PT, sua chance de votar nele aumentaria ou diminuiria?’. Resposta: 82% disseram que manteriam a mesma chance; 8%, que aumentariam; e 10%, as chances diminuiriam. Cruzando os dados, as chances de Lula fora do PT aumentariam em 76% entre os indecisos; 11% entre os eleitores de Alckmin, e 10% entre os eleitores de Heloísa Helena.




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