Israelenses e palestinos teriam chegado a um acordo de cessar-fogo nesta terça-feira, revelou uma fonte dos serviços de segurança palestinos que pediu anonimato. "Um acordo foi concluído com a parte israelense para um cessar-fogo total e a retirada das forças israelenses de suas posiçoes", disse a fonte, sem precisar quando a trégua entrará em vigor.

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu na noite desta segunda a pedido dos palestinos, para discutir a situaçao depois dos confrontos entre israelenses e palestinos que deixaram 51 mortos e pelo menos mil feridos.

Antes da reuniao, o líder palestino na ONU, Nasser Al-Kidwa, disse que pediria ao Conselho a retirada das forças israelenses da Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Leste, e uma investigaçao sobre os acontecimentos que desencadearam a violência.

"Achamos que vários soldados israelenses cometeram crimes de guerra e devem ser responsabilizados", disse um chefe palestino numa carta ao presidente do Conselho de Segurança.

Sobre a reuniao em Paris, Albright revelou que "o presidente Clinton, diante da gravidade da escalada da violência em Israel, Cisjordânia e Gaza, lhe pediu para convidar o primeiro-ministro Barak e o presidente Arafat para uma reuniao na quarta-feira".

"Os dois dirigentes disseram estar de acordo e a França aceitou acolher o encontro em Paris", indicou Albright.

Em Washington, Clinton já havia destacado a "necessidade de se fazer todo o possível para deter a violência" na regiao. "Creio que as coisas estarao melhor amanha (terça)", disse Clinton, destacando que permanece em "contado permanente" com as partes envolvidas no conflito.

Na avaliaçao de Clinton, a violência em Israel e nos territórios palestinos nos últimos cinco dias tornará mais difícil a busca de um acordo de paz.

O porta-voz da Casa Branca, P.J. Crowley, revelou que o presidente americano conversou por telefone com o rei Adbalá, da Jordânia, e com o presidente francês, Jacques Chirac, com o qual discutiu ainda o atual quadro na Iugoslávia.

Em Beirute, o líder radical palestino Ahmed Jibril revelou na noite de segunda-feira que analisou com o chefe do Hezbolá xiíta libanês, xeque Hassan Nasralá, os meios de apoiar politicamente a Intifada dos palestinos.

"Nao abordamos a questao de um apoio militar. Seria prematuro. Dispomos de outros meios além das armas. Buscamos uma maneira de garantir a nova Intifada palestina com apoio político, moral e mediático", declarou Jibril após um encontro com Nasralá no sul de Beirute.

Jibril indicou que procura "os meios apropriados para que o sangue palestino derramado nao seja utilizado por regimes árabes para a conveniência dos Estados Unidos".

Em Jerusalém, Barak pediu a todos os árabes que vivem na cidade que mantenham a calma, depois da morte de 9 membros desta comunidade durante confrontos com soldados israelenses. "Peço aos cidadaos árabes calma. Nós iremos nos reunir com representantes árabes amanha (terça-feira) para encontrar uma forma de trazer de novo a calma para a regiao", declarou à imprensa Barak.