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Elza. Cabeleireira. Sua arte chega a São Caetano
Por Ademir Medici
19/01/2018 | 07:00
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 O Dia Nacional do Cabeleireiro foi instituído pelo decreto-lei número 12.592, de 18 de janeiro de 2012. No artigo 5º consta que a data deve ser comemorada no dia da promulgação da lei.

Acontece que a lei foi promulgada no dia 18, mas se tornou comum considerá-la no dia seguinte. Isso porque no artigo 6º consta que a lei entra em vigor na data da publicação, o que aconteceu em 19 de janeiro.

O mesmo acontece com as comemorações relativas aos dias do barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador.

Antes da oficialização da data, profissionais comemoravam o dia 3 de setembro, sob sugestão da Federação Nacional de Cabeleireiros.

E também há outra data divulgada como o dia do cabeleireiro, 3 de novembro. Trata-se do dia do falecimento do santo que ficou conhecido como o padroeiro dos cabeleireiros, São Martinho de Porres (1579-1639), de origem peruana e que no convento cortava o cabelo dos frades.

Fonte: Calendarr Brasil

 

Mora em São Caetano a mais antiga cabeleireira do Grande ABC, Elza Marconi, a Elza Cabeleireira. Quantos anos de trabalho? Mais de 80. Isto porque, menina na Vila Pires, ela penteava os ‘cabelos’ das espigas de milho no quintal. Ainda menina, ingressou num salão de beleza da Rua Senador Flaquer como faxineira, e aprendeu a profissão só de olhar o trabalho da patroa, Dona Geraldina. Não parou mais.

Elza Cabeleireira dedicou toda a vida para embelezar o ABC e São Paulo. Penteou Tônia Carreiro no filme Tico-Tico no Fubá, da Vera Cruz. Era a cabeleireira e maquiadora preferida de dois ranchos rivais do Carnaval andreense: Ocara e Panelinha. Difundiu sua arte em programas femininos nas tardes da nascente televisão brasileira.

 

SALÃO NO GALINHEIRO

Com 12 anos – estamos falando de 1943, em plena guerra –, a jovenzinha Elza abriu seu próprio salão no galinheiro de casa, na Vila Pires – pois é, havia galinheiros na Rua 24 de Maio.

De fato, não parou mais. Elza, mocinha, trabalhou de cabeleireira na Rua Francisco Amaro. Teve salão por 20 anos na Rua Gertrudes de Lima.

Abriu o Salão Elza na Rua das Esmeraldas, no bairro Jardim, com mais 30 anos de trabalho naquele que chamava de “meu palácio”.

 

ESTILO

“Se a mulher não fosse ao cabeleireiro toda semana, era criticada”, relembra Dona Elza, simpaticíssima. Não havia cortes e penteados que ela não soubesse fazer. Aqueles penteados altos, à base de enchimentos – até mesmo com ‘Bombril’; os coques. O corte Chanel, muito difícil.</CS>

“Nunca fui à escola para aprender, nem seguia revistinhas da moda. Fazia meus penteados. Criava sempre”, conta Dona Elza, com simplicidade, sem querer se vangloriar de nada.

Não gosta da chapinha, “com aqueles cabelos corridos”. “Saber cortar é coisa de nascença, assemelha-se à arte de um pintor diante de uma tela”, compara.

 

MINHAS MENINAS

Ok, Marília Galluzzi, de Santo André, foi uma das suas modelos, a que guarda um acervo formidável da moda andreense de alguns anos atrás. A que nos falou pela primeira vez de Elza Cabeleireira. E outros nomes?

Dona Elza até alinhavou vários nomes. Mulheres da sociedade. Mas pediu sigilo. São centenas, passam de 1.000. Relacionar uma meia dúzia vai dar a impressão de que ela se esqueceu de tanta gente querida. Seria chamada de ingrata. Seria?

O Salão Elza chegou a ter 15 funcionárias, “as minhas meninas”. E delas, podemos citar os nomes. Dona Elza permite, e cita as que mais permaneceram com ela e depois abriram seus próprios salões: Elzinha, Claudete, Leninha, Zelinda, Maria Alice.

Estava sempre na coluna do Serafim Vicente. E na TV – sem receber cachês, mas que lhe dava muita visibilidade.

 

E HOJE?

Elza Cabeleireira chega aos 87 anos formosa e trabalhadeira. Seu salão ocupa espaço no apartamento onde mora no bairro Olímpico. Freguesas dos tempos áureos do ‘palácio’ da Rua das Esmeraldas a visitam periodicamente. Não permitem que outra profissional cuide do seu cabelo.

Na decoração do salão, as fotos do filho, dos netos, dos bisnetos, seus amores maiores.

 

ELZA MARCONI

Nascimento: Santo André, 8 de janeiro de 1931.

Pais: Ricardo Marconi, chofer de praça, o Pica-Fumo; e Angelina Dario, natural da Itália.

Irmãos: a penúltima de cinco irmãs, mais quatro irmãos. Total: nove.

Filho: Humberto Mainardi Junior.

Netos: Murilo e Amauri.

Bisnetos: Theo e Isadora.

Acervo: doado ao Museu de Santo André Octaviano Gaiarsa.

O estudo no Grupo Escolar de Santo André e as saudades dos carnavais de outrora: “Uma festa”.

 

Diário há 30 anos

Terça-feira, 19 de janeiro de 1988 – ano 30, edição 6653

Manchete – Justiça condena 11 dos 15 vereadores de Ribeirão Pires a ressarcir aos cofres públicos valores de subsídios recebidos de forma irregular

Santo André – Duas chapas se inscrevem para concorrer à Acisa (Associação Comercial e Industrial): Antonio Carlos Girelli tenta a reeleição; Guerra Simões na oposição.

São Bernardo – Novo lixão formado às margens da Represa Billings, em Riacho Grande.

Memória – Pela Estrada do Cupecê a caminho de Diadema.

 

Em 19 de janeiro de...

1918 – Nelson Cardoso Franco, de Santo André, acaba de bacharelar-se pelo Ginásio do Estado. Obtém notas elevadas.

É filho do professor José Augusto Leite Franco, diretor do Grupo Escolar de São Bernardo.

Nota – Nelson Cardoso Franco tem uma história lindíssima. Culto, talentoso, esportista. Grande desenhista. Caricaturista. Combateu por São Paulo em 1932. Caricaturou seus companheiros de farda, inclusive os Mesquita, do Estadão, que divulgou seus trabalhos pelo Jornal da Tarde. Fez memória pela imprensa andreense, ilustrando seus próprios textos. O ouvimos várias vezes. Aprendemos muito com ele. Hoje, ainda, teríamos muitas perguntas a lhe fazer. Saudades.

Inaugurada oficialmente a ferry boat (balsa) interligando Santos ao Guarujá, que já vinha funcionando há alguns dias.

A guerra. Do noticiário do Estadão: o aumento dos efetivos na Inglaterra.

 

Município Paulista

Hoje é o aniversário de Praia Grande. Do tupi-guarani, Peabuçu. Separa-se de São Vicente e é instalado em 19 de janeiro de 1967.

 

Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 19 de janeiro:

No Rio Grande do Norte, Caiçara do Rio do Vento e Pedra Preta.

No Piauí, Fartura do Piauí.

No Maranhão, Guimarães.

Em Minas Gerais, Tiradentes.

Fonte: IBGE

 

Santos do Dia

Canuto

Júlio

Mário




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