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Sabesp aguarda estudo da FGV para retomar diálogo

Levantamento contratado pelo governo andreense aponta que autarquia municipal vale R$ 4 bi

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/01/2018 | 07:00
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Nario Barbosa 8/1/18


O presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Jerson Kelman, sustentou que espera o recebimento formal do estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), contratado pelo governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), para retomar as tratativas que visam equacionar a dívida bilionária do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). O passivo cobrado judicialmente pela estatal gira em torno de R$ 3,4 bilhões, valor, no entanto, que é contestado pela autarquia local.

O Diário publicou que o levantamento, segundo relato de Paulo Serra, aponta que o patrimônio do órgão municipal é de R$ 4 bilhões. “Estamos no aguardo do estudo encomendado por Santo André. Não posso falar antes disso, não vou me antecipar. Só comentarei depois de ter acesso (ao conteúdo), mas nossa expectativa é pela retomada de negociações”, alegou Kelman, em visita ao Grande ABC. “Tivemos muitas discussões, teve pausa (entre novembro e dezembro), pois o governo pediu ajuda da FGV. Vamos esperar que nos seja encaminhado”, emendou, referindo-se ao ofício do Paço, em outubro, para suspender temporariamente as conversas devido ao período de conclusão do material.

O gestão tucana despendeu R$ 980 mil para elaboração do documento, que prevê avaliação do patrimônio da autarquia e quantificação do tamanho da dívida que a cidade possui junto à empresa estadual. As faturas emitidas pela companhia não são os mesmas que o Semasa encontra nas suas planilhas, o que justifica o imbróglio que se arrasta desde os anos 1990. Os débitos são referentes à diferença do preço do metro cúbico pago pela compra de água por atacado da Sabesp em comparação ao valor cobrado mensalmente pela gestão paulista.

Desde então, do valor total, R$ 600 milhões tornaram-se precatórios. A administração anterior, de Carlos Grana (PT), já havia contratado levantamento firmado pela MFC Avaliação e Gestão de Ativos Ltda. O atual governo pontuou, contudo, que o estudo “está incompleto e a FGV tem no seu escopo fazer a avaliação do Semasa, considerando patrimônio e fundo de comércio”, indicando que os parâmetros são mais amplos.

Paulo Serra sinalizou, recentemente, que pretende encontrar solução para esse impasse em 2018. O tucano tem falado que pode avançar nas conversas com a Sabesp, mas não descarta, entretanto, acordo com a iniciativa privada. A troca do comando do Palácio dos Bandeirantes – a partir da provável desincompatibilização do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em abril, sendo substituído pelo vice Márcio França (PSB) – não é encarado, nos bastidores, como um empecilho.

MAUÁ
Kelman reiterou que a proposta encaminhada pela Prefeitura de Mauá para resolução do problema local “não é aceitável”, mas também falou em resgatar negociações. A dívida da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) está estimada em R$ 2 bilhões. 




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