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Justiça autoriza análise do avanço da obra do museu

Paço de S.Bernardo vai mapear o que falta para concluir estrutura, que virará Fábrica de Cultura

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
13/12/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O juiz Márcio Martins de Oliveira, da 3ª Vara Federal de São Bernardo, autorizou a Prefeitura a contratar empresa que fará análise do quanto falta para terminar a obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, embargada judicialmente há exatamente um ano, quando foi deflagrada a Operação Hefesta, que apontou desvios na construção do equipamento cultural.

O prefeito Orlando Morando (PSDB) entrou com pedido junto à Justiça Federal para poder mapear o percentual de conclusão da estrutura para anexar esse laudo ao TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre Prefeitura de São Bernardo, MPF (Ministério Público Federal) e Ministério da Cultura para o término do projeto. Morando também solicitou a mudança do objeto: de Museu do Trabalho e do Trabalhador para Fábrica de Cultura, troca essa avalizada pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Segundo Morando, o processo para contratação de empresa que fará esse trabalho já foi iniciado. “Pedi às secretarias de Administração e de Obras para que a licitação já seja aberta. A expectativa é a de que em 120 dias já tenhamos o parâmetro do que será necessário fazer para concluir a estrutura”, afirmou o tucano, lembrando que resguardou R$ 3 milhões do orçamento do ano que vem justamente para executar o restante da obra.

Segundo o Portal da Transparência mantido pela administração são-bernardense, a obra avançou 72%, conforme medição do segundo semestre do ano passado.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT) para exaltar as conquistas operárias da cidade, com destaque às lutas sindicais das décadas de 1970 e 1980, que projetaram politicamente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu padrinho político. A obra, custeada com recursos do Ministério da Cultura, foi orçada inicialmente em R$ 18 milhões e a Construções e Incorporações CEI venceu a licitação para tocar o projeto.

Porém, diversos adiamentos da entrega do equipamento – marcada inicialmente para janeiro de 2013 – e sucessivos pedidos de acréscimo no aporte da União foram colocando em xeque a conclusão do Museu do Trabalho e do Trabalhador. A incerteza do museu só aumentou no dia 13 de dezembro de 2016, quando a PF (Polícia Federal) e o MPF deflagraram a Operação Hefesta, que apontou desvios de verba e superfaturamento na obra.

Neste ano, duas ações foram aceitas pela Justiça: uma de irregularidades na fase de elaboração do projeto e outra na licitação. Marinho é réu nos dois processos, bem como empresários e políticos. Os desvios chegam a R$ 24 milhões, segundo o MPF.

“Esse museu gerou um trauma de grandes proporções para São Bernardo. Tornou-se o museu da corrupção”, concluiu Morando. 




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