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Brasil joga mal, toma gol da Islândia e é vaiado em amistoso
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
08/03/2002 | 00:35
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O Brasil derrotou a Islândia por 6 a 1 nesta quinta-feira à noite, no estádio Governador José Fragelli (Verdão), em Cuiabá (Mato Grosso), em partida amistosa de preparação para a Copa do Mundo. O placar dilatado esconde uma atuação ridícula da Seleção Brasileira, contra uma equipe amadora de um país sem expressividade no futebol mundial. E a defesa do Brasil conseguiu levar um gol dos nórdicos, com direito a baile de Steisson para cima de Juan. O ataque falhou novamente, ao som gritos pedindo Romário, e o artilheiro da noite foi um zagueiro: o gremista Anderson Polga, que marcou duas vezes (Kléberson, Kaká, Gilberto Silva e Edílson marcaram os demais).

Mesmo contra um adversário quase inexistente, Luiz Felipe Scolari insistiu no 3-5-2 (o esquema que ele usará na Copa) durante o primeiro tempo. O resultado de três zagueiros (Juan, Anderson Polga e Cris) e dois volantes (Gilberto Silva e Kléberson) em campo foi um placar magro. Só 2 a 0 antes do intervalo.

O Brasil abriu o placar rapidamente, aos 4 do primeiro tempo. A jogada do gol nasceu em cobrança de falta ensaiada na lateral direita do ataque. Kléberson rolou na entrada da área para Paulo César finalizar. A bola parou no embolado de jogadores que fechava o caminho do gol e sobrou nos pés de Anderson Polga, que arrematou de virada e surpreendeu o goleiro Arason no canto esquerdo baixo.

O segundo gol saiu quando o som das vaias de impaciência da torcida de Cuiabá começava a incomodar a Seleção. Kléberson chutou bem de fora da área e acertou o ângulo de Arason, sem defesa.

A partir daí, a Seleção explicitou as falhas na finalização e fez brilhar a estrela do goleiro Arason. Pior para França, que tinha seu 'vestibular' para a Copa na partida contra a Islândia e não conseguiu repetir com a camisa amarela o futebol que mostra no São Paulo – para agravar a situação do centroavante, Felipão testou-o ao lado de Kaká, compondo a dupla que move o melhor ataque do Torneio Rio-São Paulo (26 gols em oito jogos).

O jogo só mudou de figura quando Felipão sacou um zagueiro (Cris) e adotou o 4-4-2. Graças a uma bela atuação do lateral corintiano Kléber (que substituiu Belletti), quatro gols saíram no segundo tempo. Entraram também Alex (no lugar de Cris), Vampeta (no de Gilberto Silva), Marques (Kléberson) e Washington (França).

Kléber deu à Seleção justamente o que Felipão queria: uma opção ofensiva nas alas para evitar o embolado de dez islandeses que congestionava o meio da defesa adversária. "Falta alguém para abrir o jogo pela lateral", disse, ao final do primeiro tempo. Pois o corintiano atacou e apoiou com criatividade, dando um gol de cabeça para o baixinho Edílson marcar nas costas da zaga islandesa.

Talvez o único xodó da torcida cuiabana, Kaká abriu o placar do segundo tempo no primeiro minuto e coroou a atuação esforçada com um belo gol. O meia ofensivo recebeu dentro da área e bateu com categoria no canto esquerdo de Arason, fazendo Brasil 3 x 0 Islândia. Aos 6, Gilberto Silva chutou de fora da área e venceu o goleiro islandês: 4 a 0.

O placar dilatado e a vitória garantida transformaram o jogo em pelada. A Seleção se descuidou de uma vez do setor defensivo e conseguiu tomar alguns sustos dos europeus. A melhor chance dos adversários foi aos 13, quando Gudnalsson recebeu cruzamento da esquerda e quase marcou de cabeça. No minuto seguinte, Washington colocou sua primeira bola na trave. O atacante da Ponte Preta recebeu dentro da área, deu um belo corte no zagueiro e encheu o pé no travessão de Arason.

Quatro minutos depois, aos 18, Edílson completou de cabeça cruzamento preciso de Kléber e fez o único gol de atacante da Seleção em toda a partida. O lateral do Corinthians 'deu' outro gol para um centroavante aos 23, mas Washington acertou a trave de Arason. O goleiro islandês foi salvo novamente pela trave aos 26, na única jogada produtiva de Alex em seus 45 minutos de atuação (um chute colocado de fora da área, que carimbou o travessão).

Se os atacantes desperdiçaram as numerosas chances criadas, Polga foi além da lição de casa e fez seu segundo na partida. O zagueiro do Grêmio aproveitou a sobra na entrada da área e colocou com categoria no contrapé de Arason, aos 28.

A torcida já andava insatisfeita com a atuação da Seleção e ganhou motivos para aplaudir a Islândia após o gol de Steisson, aos 32. O nórdico deu um belo drible em Juan e chutou cruzado, sem chances de defesa para Marcos.

Kaká teve duas outras boas oportunidades para ampliar o placar, mas parou nas defesas de Arason. Kléber também deu a Marques uma chance de balançar a rede com uma cabeçada, mas o atacante do Atlético Mineiro subiu sem olhar para o gol e colocou para fora. Insatisfeita, a torcida vaiou a magra vitória de 6 a 1 da Seleção.

O técnico Atli Edvaldsson já sorria no banco com sua seleção perdendo por só seis gols de diferença, em uma temperatura quase 40 graus acima do habitual para seus atletas. O gol de Steisson fechou com chave de ouro a passagem do time 'terra do gelo' por uma das capitais mais quentes do país.




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