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COLUNA
Olhos voltados para 2022

Em busca de cada passo dado por dom Pedro na viagem em que proclamou a Independência

Por Ademir Medici
25/04/2019 | 07:00
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O professor Jorge Pimentel Cintra, com o apoio do IHGSP (Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo), do qual é presidente, tem uma programação de passeios. Em geral cada passeio realiza-se no quarto sábado de cada mês, gratuitamente. O próximo, dia 27, depois de amanhã, será: ‘Pacaembu, da sesmaria aos casarões, passando pela city’. O passeio, a pé, começa na Rua Macapá, 147, com concentração às 9h25.

O primeiro passeio pelo Grande ABC está marcado para 15 de junho: ‘Caminhos de Dom Pedro I em São Caetano e São Bernardo’.

“Vamos ver a capela de Santa Filomena, a Matriz da Boa Viagem, os marcos da Rua Marechal Deodoro”, adianta o professor, na entrevista gravada para o DGABC TV.

Este primeiro passeio pelo Grande ABC será um ensaio para as atividades cívicas e culturais planejadas desde já para 2022, o ano do bicentenário da Independência do Brasil.
 

‘Vamos levar a imagem da Boa Viagem’
 

Da aula do professor Jorge Cintra

Estamos querendo acertar o olho da mosca. Pesquisar exatamente por onde dom Pedro passou: ele ia por aí, passava pelo quarteirão tal, pegava à direita. Queremos desenhar o caminho em cima de um mapa atual. E depois, pelo caminho real, trazer a tocha olímpica.
- Dom Pedro saiu de Santos de madrugada. O convento do Carmo tinha a grande família do Andrada e Silva. Pegou o barco. Não havia o aterrado de Cubatão.
- A tocha vai sair de Santos, vai entrar em algum barco, vai chegar até Cubatão e vai subir pela Calçada do Lorena. Nós vamos entrar em contato com o pessoal daí, autoridades públicas, pesquisadores. Poderíamos trabalhar com atletas que subiriam a serra. Eu mesmo me disponho a subir a serra.
Vamos conseguir cavalos ou mulas.
- Vamos levar a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem (aproveitando a tradição da Procissão dos Carroceiros).
- Dom Pedro saiu de manhã cedinho e chegou às quatro e meia, descansando e parando no meio do caminho. Se ele fez isso, nós faremos uma corrida de revezamento, ouvindo o prefeito de uma cidade, o prefeito de outra, os subprefeitos dos pontos percorridos. Perto do Museu Paulista, no Ipiranga, prefeitos, o governador, o presidente da República ficarão no aguardo. E chegaremos ao Pátio do Colégio, onde dom Pedro foi recepcionado.
- Dom Pedro passou por toda a Estrada das Lágrimas. Hoje fizemos esse caminho, pela bifurcação com a Estrada do Vergueiro. Observamos os arredores do Instituto Mauá de Tecnologia. Fomos até a antiga capelinha do bairro Fundação, onde está a vitrine que marca o trabalho da equipe da arqueóloga Margarida Andreatta – junto à sede da Fazenda São Caetano dos beneditinos.
- Observamos a antiga Matarazzo, a sua chaminé. O Museu do Ipiranga foi construído com tijolos de mais de 30 olarias, muitas delas localizadas em São Caetano; em São Paulo algumas dos Irmãos Sacoman, as que estavam mais próximas. Uma só olaria não daria conta.

Temos os vestígios da história.
Temos que salvá-los enquanto dá.

- As memórias oral e a documental se unem. Toda história começa como história oral. Quando dom Pedro passou por aqui e proclamou a Independência, tinha alguém escrevendo naquela hora? Não. Mas três participantes de viva voz deixaram seus relatos. Esses relatos foram escritos pouco tempo depois, quando estavam bem frescos na memória. Mesmo assim, há pequenas divergências, que é próprio da autenticidade.
- História contada por diferentes protagonistas tem matizes e olhares diferentes. Foram dois gritos: um lá no alto da colina, outro mais embaixo. Onde foi? Qual é? A gente tem que interpretar.
- A história oral é muito importante porque ela conta o que se valoriza muito hoje, os detalhes, a história do cotidiano, a história das mentalidades.
- As gravações são muito importantes. Gravar com pessoas de 80 anos, que talvez não se lembrem do que fizeram ontem, mas se lembram muito bem de 70 anos atrás. E depois confrontar a história de um com a história do outro. Isso vai enriquecendo muito.
- Mário de Andrade realizou gravações. Teve a Semana de Arte Moderna, mas teve também a Semana de Língua Portuguesa. Mario de Andrade saiu com um gravador por esse Brasil inteiro e foi gravando as pessoas de Pernambuco, da Bahia, do Maranhão. E isso é algo que ficou para a posteridade.
- Essas gravações sonoras ou visuais são, e serão, uma fonte documental muito grande e muito boa para o futuro.

Memória na TV
-Entrevista no ar: professor Jorge Pimentel Cintra, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
-No ar: www.dgabc.com.br

Aulas anteriores
1 – Quinta-feira, dia 18 – O Grande ABC redescoberto
2 – Sexta-feira, dia 19 – São Paulo ganha um instituto histórico
3 – Sábado, dia 20 – O tropeirismo e o Ciclo do Açúcar
4 – Domingo, dia 21 – De tantas em tantas léguas, os pousos
5 – Segunda-feira, dia 22 – A comunicação por espelhos do alto da serra
6 – Terça-feira, dia 23 – Um sítio histórico no Caminho do Mar
7 – Quarta-feira, dia 24 – É possível recuperar o funicular

REFERÊNCIAS
- Biblioteca Digital Luso-Brasileira
- Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
- Coleção/fonte: Pimenta Bueno
-Autor: tenente-coronel José
Marcelino de Vasconcellos
- Localização original: ARC. 028.01.027 – Cartografia
- Objeto digital: Cart. 514913
 




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